O volume de serviços prestados no Brasil cresceu 0,6% em janeiro, na comparação com dezembro, após 2 meses seguidos de queda, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A alta foi puxada pelo segmento de transportes, serviços auxiliares e correio, que avançou 2,8% na passagem de dezembro para janeiro, recuperando a perda nos últimos dois meses de 2019.
Em comparação com janeiro do ano passado, o volume de serviços cresceu 1,8%, alcançando a quinta taxa positiva consecutiva.
O IBGE revisou, porém de -0,4% para -0,5% a queda do setor no mês de dezembro.
Já no acumulado dos últimos 12 meses, o avanço foi de 1% ? o mesmo ritmo de recuperação registrado em dezembro ?, mantendo a trajetória ascendente iniciada em setembro de 2019 (0,7%).
A receita nominal dos serviços prestados no país, entretanto, caiu 0,3% em janeiro, na comparação com dezembro. Ante janeiro de 2019, houve alta, de 4,3%. Em 12 meses, o crescimento acumulado é de 4,4%.
Quatro das cinco atividades investigadas na pesquisa tiveram avanço em janeiro.
Além do setor de transportes, tiveram altas outros serviços (1,2%), serviços prestados às famílias (0,7%) e serviços profissionais administrativos e complementares (0,1%). O único setor a apresentar queda no período foi o de informação e comunicação (-0,9%).
?O setor de transporte, que é o segundo maior peso entre os cinco setores investigados, foi impulsionado pelos transportes ferroviários e rodoviários de carga. Eles estão inseridos no transporte terrestre, que avançou 4% em janeiro, também depois de dois resultados negativos consecutivos?, afirmou o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, destacando que o transporte de carga sofre influência significativa do setor industrial, que cresceu 0,9% em janeiro.
Veja a variação do volume de serviços em janeiro, por atividade e subgrupos:
Já o índice de atividades turísticas teve variação negativa de 0,3%, após avançar 1,9% em dezembro.
Na análise por regiões, 16 das 27 unidades da federação registraram crescimento. São Paulo e Rio de Janeiro, porém, que juntos somam quase 60% de todo o volume de serviços, tiveram queda de 0,3% e 0,4%, respectivamente, na comparação com dezembro.
Os destaques de alta no mês foram Distrito Federal (7,4%), Mato Grosso (14,1%), Minas Gerais (2,2%) e Pernambuco (6,7%). Já o maior recuo foi verificado no Rio Grande do Sul (-1,6%).
Mercado já trabalha com um cenário de recessão
O setor de serviços fechou 2019 com uma taxa de crescimento de 1%, interrompendo uma sequência de 4 anos de perdas.
Na véspera, o IBGE divulgou que as vendas comércio caíram 1% em janeiro, maior recuo para meses de janeiro desde 2016. Já a indústria teve crescimento de 0,9% no primeiro mês do ano.
As preocupações em torno dos impactos do coronavírus tem derrubado tem elevado os temores de uma recessão mundial e pesado também nas nas projeções para o crescimento da economia brasileira em 2020.
Para o setor de serviços, a quarentena e interrupção de atividades em diversas regiões do país em razão da quarentena eleva os temores de fortes perdas no ano.
O mercado brasileiro reduziu para 1,4% a previsão a alta do PIB em 2020, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central, mas diversos bancos e consultorias já estimam que o país irá registrar retração neste ano.
O governo federal também revisou sua estimativa para o PIB e passou a prever uma expansão de apenas 0,02% para este ano, admitindo o risco de recessão.
Fonte: G1