As exportações superaram as importações na semana passada, resultando em superávit da balança comercial de US$ 2,76 bilhões no mês de maio, informou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) nesta segunda-feira (1).
Trata-se do melhor resultado de todo este ano e, também, o maior superávit para meses de maio desde 2012 (+US$ 2,96 bilhões). Em janeiro e fevereiro, houve déficits de, respectivamente, US$ 3,17 bilhões e US$ 2,84 bilhões. Em março e abril, o saldo ficou positivo em US$ 458 milhões e US$ 491 milhões.
Exportações e importações
De acordo com o governo, as vendas ao exterior somaram US$ 16,76 bilhões em maio, e, com isso, tiveram uma queda de 15,2% sobre o mesmo mês de 2014. Nesta comparação, as recuaram as vendas de produtos básicos (-20,8%), manufaturados (-8,6%) e de semimanufaturados (-4,7%).
As importações, no entanto, tiveram queda maior, de 26,6% em maio, frente ao mesmo período de 2014, para US$ 14 bilhões. Nessa comparação, recuaram os gastos com combustíveis e lubrificantes (-44,3%), matérias-primas e intermediários (-25,3%), bens de capital (-24,3%) e bens de consumo (-16,1%).
Acumulado do ano
No acumulado dos cinco primeiros meses deste ano, ainda segundo dados oficiais, a balança comercial registrou déficit (importações maiores do que vendas externas) de US$ 2,3 bilhões. Apesar do saldo negativo, houve pequena melhora frente ao mesmo período do ano passado, quando o déficit das transações comerciais do Brasil somou US$ 4,86 bilhões.
Apesar do déficit, foi o melhor resultado para este período desde 2012 - quando foi registrado um superávit de US$ 6,25 bilhões.
Na parcial de 2015, as exportações somaram US$ 74,7 bilhões, com média diária de US$ 739 milhões (queda de 16,2% sobre o mesmo período do ano passado). As importações, por sua vez, somaram US$ 77 bilhões, ou US$ 762 milhões por dia útil, uma queda de 18,1% em relação ao mesmo período de 2014.
Resultado de 2014
Em 2014, a balança comercial brasileira teve déficit (importações maiores do que vendas externas) de US$ 3,93 bilhões, o pior resultado para um ano fechado desde 1998, quando houve saldo negativo de US$ 6,62 bilhões. Também foi o primeiro déficit comercial desde o ano 2000, quando as compras do exterior ficaram US$ 731 milhões acima das exportações.
De acordo com o governo, a piora do resultado comercial no ano passado aconteceu, principalmente, por conta da queda no preço das "commodities" (produtos básicos com cotação internacional, como minério de ferro, petróleo e alimentos, por exemplo); pela crise econômica na Argentina ? país que é um dos principais compradores de produtos brasileiros ? e pelos gastos do Brasil com importação de combustíveis.
Estimativas do mercado e do BC para 2015
A expectativa do mercado financeiro para este ano, segundo pesquisa realizada pelo Banco Central com mais de 100 instituições financeiras na semana passada, é de melhora do saldo comercial. A previsão dos analistas dos bancos é de um superávit de US$ 3 bilhões nas transações comerciais do país com o exterior.
Já o Banco Central prevê um superávit da balança comercial de US$ 4 bilhões para 2015, com exportações em US$ 210 bilhões e compras do exterior no valor de US$ 206 bilhões.
Fonte: G1