O Banco Central Europeu (BCE) está disposto a afrouxar mais a política monetária, de acordo com três autoridades, incluindo seu presidente, que repetiram as preocupações de seus colegas norte-americanos com o cenário incerto para a economia global.
Este será mais um ano desafiador para o BCE, escreveu o presidente da entidade, Mario Draghi, em relatório anual divulgado nesta quinta-feira.
"Enfrentamos incertezas sobre o cenário para a economia global. Enfrentamos contínuas forças desinflacionárias. E enfrentamos questões sobre a direção da Europa e sua resiliência a novos choques", escreveu ele.
Draghi insistiu que "o BCE não se rende à inflação excessivamente baixa", mensagem que mostra disposição para agir. Tal ação pode envolver reforma do esquema de compra de títulos pelo BCE.
O economista-chefe do BCE, Peter Praet, falando a economistas em Frankfurt, também enfatizou a prontidão do banco central para adotar mais medidas se necessário.
"Se mais choques adversos se materializarem, nossas medidas podem ser recalibradas mais uma vez proporcionalmente à força do problema", disse ele.
Draghi afirmou que o programa de "quantitative easing" do BCE, que efetivamente imprime dinheiro para comprar principalmente títulos soberanos, vai impulsionar a produção econômica na zona do euro em cerca de 1,5 ponto percentual entre 2015 e 2018.
Seu vice, Vitor Constancio, enfatizou essa mensagem no Parlamento Europeu em Bruxelas mas acrescentou que outras autoridades, particularmente em governos, também têm que fazer sua parte para melhorar o crescimento.
"O BCE tem feito e... continuará fazendo o que for necessário para buscar seu objetivo de estabilidade de preço que agora implica também buscar aumentar o crescimento", disse Constancio.
Fonte: G1