O Brasil passará a integrar a lista de sócios do seleto Clube de Paris, um fórum que reúne credores públicos, informou nesta segunda feira (28) a instituição.
"O Brasil decidiu converter-se em um membro pleno de direito do Clube de Paris", informou à AFP Odile Renaud-Basso, diretora do Tesouro francês e presidente do Clube de Paris, acrescentando que Brasília formalizará nesta terça-feira sua candidatura durante uma conferência do Fórum de Paris dedicada à dívida.
"O Brasil tem importantes dívidas nos países em desenvolvimento. Para nós, é uma evolução muito positiva. É um sinal de adesão às regras internacionais e um sinal sinal da evolução do peso dos países emergentes na governança mundial", afirmou.
Desde o início do ano, por ocasião de seu 60º aniversário, este fórum de credores mostrou sua intenção de abrir-se aos grandes países emergentes, que estão cada vez mais presentes no mercado da dívida soberana, uma iniciativa apoiada pelo FMI.
Como a Coreia do Sul, que se uniu ao grupo em junho passado, o Brasil fazia parte dos países observadores do Clube de Paris, uma condição indispensável para poder ter acesso ao grupo.
"O objetivo para o Clube de Paris é que o maior número de países credores participem nos acordos, a fim de tratar da dívida da forma mais eficaz para os países que assim precisarem", explicou Renaud-Besso.
O Brasil se converterá no 22º membro do Clube de Paris, do qual foi devedor durante muito tempo.
Como credor, o país participou, no entanto, nas 65 negociações entre os credores e a instituição financeira.
A adesão da Coreia do Sul e do Brasil acontece depois da compra em massa de obrigações de países emergentes por parte dos grandes emergentes nos últimos anos.
Os novos membros devem respeitar os critérios do Clube de Paris, entre eles a solidariedade e o intercâmbio de dados.
O fórum, fundado em 1956, é um grupo informal de países industrializados, entre eles França, Estados Unidos, Alemanha, Japão e Suíça.
Seu objetivo é permitir "aos credores cobrar suas dívidas atrasadas, e encontrar uma solução rápida e eficaz para as crises da dívida soberana, segundo a própria instituição.
Outros três países emergentes gozam do mesmo estatuto e poderão, portanto, integrar o fórum: China, Índia e África do Sul.
Fonte: G1