A Camargo Corrêa teve um lucro líquido de R$ 124,64 milhões em 2016, revertendo o prejuízo de R$ 403,51 milhões acumulado um ano antes.
O resultado de 2015 havia sido afetado por despesas de R$ 804 milhões pagas no âmbito da Lava Jato - 700 milhões em ressarcimento por "prejuízos causados à sociedade", dentro de acordo de leniência fechado com o Ministério Público Federal; e outros R$ 104 milhões como punição por condutas anticompetitivas em licitações da Petrobras, em termo de compromisso firmado com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
No balanço de 2016, a construtora provisionou R$ 200 milhões para "prováveis perdas" com a operação.
A receita de serviços da empresa somou R$ 1,86 bilhão, queda de 38,33% ante os R$ 3,02 bilhões faturados em 2015.
A Camargo Corrêa conseguiu reduzir as despesas operacionais em 4,88% em 2016, para R$ 222,71 milhões, ante R$ 234,15 milhões em 2015. As contas classificadas em "outras despesas" também caíram 88,74%, a R$ 133,93 milhões, frente a R$ 1,19 bilhão no ano anterior.
A companhia contabilizou ainda R$ 29,6 milhões em repatriação de ativos não declarados no exterior.
Ainda sobre a Operação Lava Jato, a empresa comentou em nota explicativa no balanço que, ao longo de 2016, "as investigações internas continuaram com forte intensidade, visando identificar possíveis irregularidades".
Também informou que, além da "provável perda" de R$ 200 milhões, para a qual foi constituída provisão, a administração da companhia e seus consultores jurídicos constataram também uma "possível perda" no valor de R$ 500 milhões, para qual nenhuma cobertura foi reservada.