O Índice de Confiança da Construção, da Fundação Getulio Vargas (FGV), caiu 1,6 ponto em agosto, para 79,4 pontos, feito o ajuste sazonal. O resultado reverteu a alta de 1,7 ponto de julho. Em médias móveis trimestrais, o índice encolheu 1 ponto.
?Em apenas três meses, o Índice de Expectativas retrocedeu ao patamar de agosto do ano passado. O resultado sugere uma piora mais definitiva no cenário de retomada vislumbrado anteriormente pelas empresas da construção. Embora a percepção em relação aos negócios no momento corrente tenha melhorado nos últimos 12 meses, uma reversão desse movimento ainda deixaria a atividade em níveis historicamente muito baixos?, observou Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção do Ibre-FGV.
A queda da confiança em agosto foi exclusivamente influenciada pela piora das expectativas referentes aos negócios no curto prazo: o Índice de Expectativas (IE) diminuiu 3,5 pontos, ficando em 87,5 pontos, o menor nível desde julho de 2017 (85 pontos). A queda do IE foi influenciada pelos dois quesitos que o compõem: o indicador demanda prevista, que caiu 3,2 pontos, e o indicador tendência dos negócios, que cedeu 3,7 pontos.
O Índice de Situação Atual (ISA-CST) subiu 0,3 ponto em agosto, para 71,7 pontos, registrando a terceira alta seguida, influenciada pela ligeira melhora da percepção atual dos negócios. O quesito que mede a percepção atual sobre a carteira de contratos se manteve estável em agosto.Já o Nível de Utilização da Capacidade (Nuci) do setor ercuou 0,5 ponto percentual, para 65%. Tanto o Nuci para Mão de Obra quanto para Máquinas e Equipamentos tiveram variações negativas, de 0,6 e de 0,7 ponto percentual, respectivamente.
Demanda Prevista
A queda expressiva do indicador de demanda prevista em agosto afetou a confiança empresarial. O movimento foi determinado, especialmente, pelas empresas de Edificações, que vinham registrando percepção mais favorável em relação ao quesito. A percepção se alterou: o indicador que avalia demanda prevista para os próximos três meses recuou 4,1 pontos para as empresas de Edificações, mais que o observado para o setor da Construção (-3,2 pontos).
?É possível que a mudança esteja relacionada ao aumento das incertezas dos últimos meses, mas não permite ainda apontar uma reversão da melhora do mercado registrada desde o ano passado?, comentou Ana Castelo.
A edição de agosto da sondagem da construção colheu informações de 639 empresas entre os dias 1 e 22 deste mês.
Fonte: G1