Diante do avanço do novo coronavírus, os analistas do mercado financeiro reduziram novamente a estimativa de crescimento da economia brasileira neste ano, que passou de 1,99% para 1,68% de alta. Essa foi a quinta queda consecutiva no indicador.
Ao mesmo tempo, eles também passaram a prever um corte da taxa básica de juros nesta semana, dos atuais 4,25% para 4% ao ano. O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne nesta terça e quarta-feiras (17 e 18). A decisão será anunciada às 18h da próxima quarta.
As projeções fazem parte do boletim de mercado, conhecido como relatório "Focus", divulgado nesta segunda-feira (16) pelo Banco Central (BC). Os dados foram levantados na semana passada com mais de 100 instituições financeiras.
A redução na previsão de crescimento da economia, e de corte dos juros nesta semana, acontecem em meio aos efeitos da pandemia do coronavírus na economia mundial.
Neste domingo (15), o Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) promoveu, após reunião emergencial, um corte de 1 ponto percentual nas taxas de juros do país. Agora, a taxa de juros dos Estados Unidos varia de 0% a 0,25%.
A instituição também anunciou a compra de US$ 500 bilhões em títulos do Tesouro e de US$ 200 bilhões em valores hipotecários.
Para o próximo ano, a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) permaneceu em 2,50%.
Segundo o relatório divulgado pelo BC, os analistas do mercado financeiro reduziram a estimativa de inflação para 2020 de 3,20% para 3,10%.
A expectativa de inflação do mercado para este ano segue abaixo da meta central, de 4%. O intervalo de tolerância do sistema de metas varia de 2,5% a 5,5%.
A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic).
Para 2021, o mercado financeiro baixou a estimativa de inflação de 3,75% para 3,65%. No ano que vem, a meta central de inflação é de 3,75% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2,25% a 5,25%.