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   COVID-19: Prejudica economia Sul e Sudeste

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A disseminação da novo coronavírus deverá trazer "impactos severos" à economia brasileira, e os prejuízos devem ser sentidos de forma mais intensa nas regiões Sul e Sudeste, informou nesta quinta-feira (30) o Banco Central por meio do boletim regional. O documento traz uma análise sobre o nível de atividade em cada região do país.

Na semana passada, os economistas do mercado financeiro estimaram uma queda de 3,34% para o Produto Interno Bruto (PIB). Essa previsão, porém, ainda está abaixo da divulgada pelo Banco Mundial, que estima um tombo de 5%, e da estimativa feita pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que prevê queda de 5,3% neste ano.

O boletim regional do BC foi produzido com dados coletados até o dia 19 de abril. Ele aponta que os impactos da pandemia do Covid-19 sobre a economia estão presentes nas cinco regiões do país, mas que "especificidades regionais" tendem a diferenciar a intensidade e as caraterísticas desses efeitos em cada local.

De acordo com o documento, quando se considera a estrutura produtiva e a concentração relativa do chamado Valor Adicionado Bruto, que especifica o peso de cada setor da economia no que foi produzido em uma determinada região, as regiões Centro-Oeste e Norte devem ser as menos afetadas pela pandemia. Já as regiões Sul e Sudeste devem ser as mais prejudicadas.

Essa avaliação do BC se deve ao fato de que, entre todas as atividades econômicas, as produções agrícola e pecuária, que são mais relevantes nas economias das regiões do Norte (10,5%), Centro-Oeste (9,9%) e Sul (8,5%), devem ser as menos afetadas pela pandemia (a média nacional de do peso das produções agrícola e pecuária na economia é de 5,2%).

Por outro lado, a "deterioração da confiança de forma expressiva e generalizada" indica que a indústria, presente de maneira mais forte nas regiões Sudeste e Sul do país, está sendo severamente impactada pelos efeitos da Covid-19.

Dentro do setor industrial, os números da pesquisa sugerem "menor pessimismo" na indústria extrativa, segmento mais relevante na região Norte, e mais pessimismo entre empresários das indústrias moveleira, têxtil, e de vestuário e calçados, segmentos mais presentes nas regiões Nordeste e Sul), e na de automóveis, que concentra dois terços da produção estão na região Sudeste.

A instituição informou, ainda, que, em caso de dificuldades no comércio internacional, as indústrias do Norte, Sudeste e Sul tendem a ser as mais atingidas "por serem as regiões onde as exportações da indústria são mais relevantes".

Por fim, o BC avaliou que as medidas para contenção do avanço de novo coronavírus reduziram fortemente a demanda do comércio e da prestação de serviços, tais como alimentação fora do domicílio, viagens e turismo, alojamento, transportes e logística, atividades artísticas e culturais, cujo peso é maior está na região Sudeste - o que sugere "maior suscetibilidade à crise".

"No entanto, essa região [Sudeste] detém as maiores participações das atividades financeiras e de informação e comunicação ? que tendem a apresentar recuos relativamente inferiores à média do setor ?, o que concorrerá para suavizar o impacto negativo das demais atividades da prestação de serviços", acrescentou a instituição.

O BC avaliou, ainda, que os efeitos negativos sobre a renda das famílias deverão ser ,mitigados pelo auxílio emergencial, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste.

"Por outro lado, a economia do Sudeste, após forte impacto dos efeitos da Covid-19, pode se beneficiar de sua diversidade produtiva e das relevantes participações das atividades financeira e de informação e comunicação em sua retomada" acrescentou.

De acordo com a análise do Banco Central, também contribui para a diferença dos impactos da pandemia o tempo de retorno à normalidade das atividades produtivas, que é definido por cada estado, além do Distrito Federal, e depende, em parte, do "sucesso das medidas sanitárias de contenção da doença e da adesão da população".

"Considerando informações até 19.4.2020, 39.067 casos foram confirmados, concentrados no Sudeste, em especial em SP (36,5%). Em relação à população, os estados do AP, AM, RR e CE apresentam maior incidência, com indicadores acima da média nacional, de 18,6 casos por 100 mil habitantes. Na outra ponta, TO apresenta os menores valores para número de casos e taxa de incidência, com 2,2 casos por 100 mil habitantes", informou.

Fonte: G1


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