O governo pode registrar neste ano um rombo superior a R$ 800 bilhões, admitiu nesta quinta-feira, 18, o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida.
Em sua última estimativa oficial, o Ministério da Economia calculava um déficit primário do setor público de R$ 708,7 bilhões em 2020. Hoje, Mansueto disse que uma projeção de rombo na casa dos R$ 700 bilhões seria ?otimista?.
Economistas e a Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado já projetam um déficit até maior, passando dos R$ 900 bilhões.
Diante da situação das contas, Mansueto destacou a necessidade de manter o compromisso com o teto de gastos, mecanismo que limita o avanço das despesas à inflação e hoje funciona como uma espécie de ?superâncora? para sinalizar compromisso com o ajuste.
Segundo o secretário, mudar a Constituição para flexibilizar o teto ?está fora de cogitação?. ?Se o governo não conseguir resistir à pressão (contra o teto), isso pode elevar juro, risco-país, aumentar período de restrição, carga tributária?, alertou.
Ele ressaltou que o teto de gastos impede a manutenção de gastos emergenciais deste ano em 2021, a não ser que eles sejam incluídos no Orçamento e devidamente compensados. Do contrário, seria preciso mudar a Constituição.
?Se não respeitar o teto, vai ser pior?, advertiu o secretário em videoconferência promovida pelo Infomoney.
O secretário disse ainda que a crise atual não é só de liquidez, é de solvência também.?Não sabemos quais empresas vão sobreviver e como será comportamento de consumidor?, afirmou.
Fonte: Exame