O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou nesta sexta-feira (2) que os desembolsos da instituição para financiamentos recuaram 25% no ano até agosto sobre o mesmo período do ano passado, para R$ 85 bilhões.
A instituição de fomento estatal também informou que as consultas de interessados em obter financiamentos caíram 49% no mesmo período, enquanto as aprovações de empréstimos recuaram 45%.
No ano, o setor de infraestrutura liderou os desembolsos, recebendo R$ 31,6 bilhões em empréstimos do BNDES - participação de 37,3% sobre o total liberado. Em seguida vem a indústria, com desembolsos de R$ 25,2 bilhões (29,6%).
As companhias de menor porte mantiveram participação de 29,7% nos desembolsos totais do banco.
Alta da taxa de juros
Na semana passada, o governo decidiu elevar a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), que serve de referência para empréstimos do BNDES, de 6,5% para 7% ao ano no quarto trimestre.
Foi o quarto aumento consecutivo da TJLP. Com a elevação, taxa avança para o maior patamar desde meados de 2006, quando estava em 7,5% ao ano.
O novo aumento da TJLP implica em menos gastos, por parte do governo federal, com subsídios ? atualmente em torno de R$ 30 bilhões por ano, cerca de 0,6% do PIB - em relação ao patamar de despesas se a taxa não fosse elevada.
A medida também contribui para melhorar as contas públicas, que sofreram forte deterioração no ano passado com o registro de um déficit primário (receitas menos despesas) inédito e que continua enfrentando dificuldades neste ano.
A explicação é que, com uma TJLP mais alta, diminui a diferença entre os juros de longo prazo e a taxa básica da economia, atualmente em 14,25% ao ano, reduzindo também o pagamento de subsídios. Essa diferença entre as duas taxas é aplicada ao estoque de empréstimos já feitos pelo Tesouro Nacional ao BNDES nos últimos cinco anos ? valor que já ultrapassa R$ 400 bilhões.
Fonte: G1