O dólar opera em alta nesta segunda-feira (28), chegando a bater R$ 3,58 na máxima do dia, nível mais alto em mais de 12 anos, reagindo à intensa aversão ao risco nos mercados globais após as bolsas da China derreterem diante dos sinais de desaceleração da segunda maior economia do mundo.
Às 13h48, a moeda norte-americana era cotada a R$ 3,5416, em alta de 1,30% ante o real. Na máxima da sessão, subiu 2,43% e foi a R$ 3,5809, nível mais alto no intradia desde 27 de fevereiro de 2003, quando foi a R$ 3,6050.
Às 9h18: subia 2,05%, a R$ 3,5676
Às 9h50: subia 1,44%, a R$ 3,5464
Às 10h50: subia 1,82%, a R$ 3,5599
Às 11h10: subia 1,47%, a R$ 3,5477
Às 11h30: subia 1,19%, a R$ 3,5378
Às 11h59: subia 1,29%, a R$ 3,5413
Às 12h20: subia 1,61%, a R$ 3,5525
Às 12h40: subia 1,39%, a R$ 3,5448
Às 13h: subia 1,69%, a R$ 3,5553
"São forças de pânico, não há racionalidade. Em um dia como hoje, não há nada a fazer: é esperar e ver o quanto o dólar sobe", disse o economista da 4Cast, Pedro Tuesta.
Ele ressaltou, no entanto, que o avanço visto mais cedo foi exagerado. Além disso, ponderou que, "se não houver recuperação, o Fed preferirá adiar (a alta dos juros). Os danos foram significativos".
"Os agentes internacionais esperavam que o banco central chinês anunciasse novas medidas no final de semana para dar suporte ao sistema financeiro. Como nada foi feito, as principais bolsas chinesas fecharam novamente com fortes quedas hoje, arrastando as demais praças para um pregão de perdas", escreveu o operador da corretora SLW, em nota a clientes, João Paulo de Gracia Correa.
As bolsas de Xangai e Shenzhen desabaram mais de 8% nesta sessão, reforçando o quadro de preocupações com a China, que vem afetando o apetite por ativos de risco, como aqueles denominados em reais, nos mercados globais.
No Brasil, preocupações políticas também atingiam o ânimo dos agentes financeiros, após o vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, determinar que as contas de campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff e o PT sejam investigadas por suposta prática de crimes, argumentando que há "vários indicativos" de que ambos foram financiados por propina desviada da Petrobras.
Os mercados financeiros têm sido profundamente afetados pelas incertezas em torno da permanência de Dilma no cargo até o fim de seu mandato. "Está cada vez mais difícil imaginar a luz no fim do túnel", disse o operador da corretora Intercam Glauber Romano.
Agentes financeiros também buscavam pistas sobre a intervenção do Banco Central no câmbio, uma vez que a autoridade monetária aumentou sua atuação na última vez em que a moeda dos EUA operou em patamares próximos aos atuais.
"A atuação do BC pode diminuir o ritmo da alta, mas com certeza não vai impedir que o dólar suba. É um movimento global", disse o operador de um banco internacional.
Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total de até 11 mil contratos de swap cambial tradicional, que equivalem a venda futura de dólares, para a rolagem do lote que vence no próximo mês. Ao todo, o BC já rolou 7,562 bilhões de dólares, ou cerca de 75 por cento, do total de 10,027 bilhões de dólares e, se continuar neste ritmo, vai recolocar o todo o lote.
Na sexta-feira (21) a divisa fechou em alta, refletindo o quadro de aversão ao risco nos mercados globais após a atividade no setor industrial da China recuar no maior ritmo em seis anos, a mais recente notícia que traz preocupação sobre a desaceleração da segunda maior economia do mundo. A moeda norte-americana encerrou a semana vendida a R$ 3,496, em alta de 1,05%.
Na semana passada, o dólar subiu 0,37%. No mês, a valorização acumulada é de 2,08%. Já no ano, a moeda dos EUA tem alta de 31,49% frente ao real.
Fonte: G1