O dólar opera em queda nesta segunda-feira (27), depois de disparada na sexta-feira após a saída de Sergio Mouro do Ministério da Justiça e com os investidores reagindo a comentários do presidente Jair Bolsonaro sobre sua relação com o ministro da Economia, Paulo Guedes.
Às 10h26, a moeda norte-americana caía 0,62%, a R$ 5,6248. Na mínima até o momento chegou a R$ 5,5345.
Na sexta-feira (25), o dólar encerrou a sessão em alta de 2,33%, a R$ 5,673, renovando recorde nominal (sem considerar a inflação) de fechamento. Na máxima do dia, chegou a ser negociado a R$ 5,7469.
No ano de 2020, em meio a cenário de juros baixos ? com expectativa de ainda mais cortes na Selic pelo Banco Central ?, o dólar acumula alta de 41,09%. No mês, a alta acumulada chegou a 8,88%.
Em uma tentativa de demonstrar união dentro do governo, Bolsonaro apareceu ao lado de ministros ao deixar o Palácio da Alvorada nesta segunda-feira, e afirmou que o "homem que decide a economia" no Brasil é o ministro da Economia, Paulo Guedes, reafirmando sua confiança no no chefe da equipe econômica.
Já o ministro disse que o governo segue firme em sua política econômica de responsabilidade fiscal. Ele afirmou que os gastos públicos extraordinários feitos em decorrência da crise do coronavírus são uma "exceção" na condução da política econômica.
O mercado passou a estimar retração de 3,34% do PIB em 2020, segundo pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feira, e diversos bancos e consultorias avaliam que o país corre o risco de enfrentar uma nova recessão. O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê queda de 5,3% do PIB do Brasil neste ano.
Os analistas também avaliam os dados da pesquisa da FGV que apontou que a confiança do consumidor desabou ao menos nível da série histórica iniciada em setembro de 2005. Segundo o levantamento, houve perda de confiança para consumidores em todas as classes de renda, principalmente para famílias de menor poder aquisitivo (até R$ 2,1 mil).
Enquanto isso, no cenário internacional, o clima era otimista nesta segunda-feira diante da expectativa de flexibilização das quarentenas e de estímulo monetário nas principais economias do mundo.
Apoiando o arrefecimento da divisa dos EUA, o Banco Central realizou neste pregão leilão de venda de dólar à vista, em que vendeu US$ 600 milhões.
Além disso, a autarquia fará neste pregão leilão de swap tradicional para rolagem de até 10 mil contratos com vencimento em setembro de 2020 e janeiro de 2021.