O dólar passou a cair na tarde desta quinta-feira (5), com as atenções dos investidores voltadas para a cúpula do Mercosul e em possíveis sinais de progresso nas negociações comerciais entre Estados Unidos e China.
Às 13h55, a moeda norte-americana caía 0,24%, vendida a R$ 4,1916. Mais cedo, chegou a bater R$ 4,2235.
Na véspera, o dólar fechou em queda de 0,08%, a R$ 4,2017, no terceiro recuo seguido. Na semana, acumula recuo de 0,90%. No ano, porém, a moeda já avançou 8,45%.
Nesta quinta-feira, o Banco Central vendeu todos os 10 mil contratos de swap cambial reverso e todos os US$ 500 milhões em moeda spot ofertados.
Investidores tem encontrado dificuldades para decifrar as mensagens do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre a guerra comercial. Os comentários durante sua visita à cúpula da Otan em Londres foram variaram bastante, dizendo que as negociações com a China estão indo "muito bem" em uma reunião, enquanto em outra advertiu que o acordo poderia ocorrer só depois das eleições norte-americanas de novembro de 2020.
Nesta quinta, o Ministério do Comércio da China afirmou que tarifas precisam ser reduzidas para que os países alcancem um acordo provisório sobre comércio, mantendo sua postura de que algumas tarifas norte-americanas precisam ser revertidas para a fase um de um acordo.
"O lado chinês acredita que se ambos os lados alcançarem a fase um de um acordo, as tarifas devem ser reduzidas de acordo", disse o porta-voz do ministério, Gao Feng, acrescentando que os dois lados estão mantendo comunicação próxima.
O dólar provavelmente manterá sua posição de maior força na passagem para 2020, segundo pesquisa da Reuters com estrategistas.
"Fundamentalmente, o dólar permanecerá forte contra toda uma cesta de moedas por causa da necessidade de liquidez e refúgio... a promessa de algum rendimento do dólar é sem dúvida melhor do que nenhum rendimento da Alemanha ou do euro", disse Jane Foley, chefe de estratégia de câmbio do Rabobank.
A maioria dos analistas - 38 dos 64 - avaliaram que a baixa volatilidade atual na maioria das principais moedas durará pelo menos mais três meses. Sete disseram que a volatilidade retornará em um mês e 19 disseram que levará até três meses.
Entre os 62 analistas que responderam a outra pergunta na pesquisa sobre o que provavelmente ditará os movimentos do dólar a partir daqui, 26 responderam que serão os desenvolvimentos na guerra comercial EUA-China, com um número semelhante escolhendo o desempenho econômico dos EUA.