O dólar abriu em queda em relação ao real nesta quarta-feira (24). Assim como nos pregões anteriores, os investidores seguem atentos e cautelosos com o julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em segunda instância. O resultado poderá influenciar a corrida eleitoral deste ano.
Às 10h59, a moeda operava em baixa de 1,39%, cotada a R$ 3,1928 na venda.
Na véspera, a moeda dos EUA avançou 0,9%, a R$ 3,2381 na venda, maior alta desde 12 de dezembro, quando subiu 0,93%. No primeiro mês do ano, o dólar ainda acumula queda de 2,3%.
Os participantes do mercado trabalham, em geral, com a expectativa de que Lula será condenado. A decisão por unanimidade no TRF-4 estaria incluída em boa parte dos cenários de mercado. A leitura é de que, caso confirmada, pode trazer um ganho adicional para os ativos porque diminuiriam as chances de o petista ser candidato à Presidência.
A avaliação dos agentes financeiros é de que o petista tenderia a fazer um governo que não daria prioridade às reformas defendidas pelo mercado como necessárias para a atração de investimentos ao país e ao crescimento econômico.
A frustração com o resultado, entretanto, é o que provocaria o impacto mais forte. Um placar dividido, embora ainda contrário a Lula, pode provocar uma forte correção dos ativos e a devolução de parte da melhora dos preços observada neste ano. Já a absolvição do ex-presidente, principalmente no caso de decisão unânime, é considerada o risco com impacto mais acentuado.
Julgamento de Lula
Internamente, a expectativa do mercado é pelo desfecho na quarta-feira do julgamento em segunda instância de Lula em ação do tríplex no Guarujá, pela qual recebeu pena de nove anos e meio de prisão.
Até a decisão final, no entanto, a defesa de Lula tem vários recursos para adiar o processo e tentar evitar que, no dia dos registros das candidaturas, em 15 de agosto, Lula possa ser considerado inelegível.
Na hipótese de o recurso de Lula ser negado, o dólar permaneceria no patamar atual, podendo até mesmo cair a R$ 3,12 a R$ 3,15, de acordo com os economistas ouvidos pela Reuters.
Na hipótese de um resultado diferente do esperado pelos mercados, o cenário externo mais positivo, com maior recuperação da atividade global e políticas monetárias sem surpresas, tenderia a suavizar movimentos mais bruscos no câmbio.
Fonte: G1