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   Eletrobras tem prejuízo de R$ 10,4 bi no 4º trimestre

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A Eletrobras registrou prejuízo líquido de R$ 10,44 bilhões no quarto trimestre, ante resultado negativo de R$ 1,14 bilhão no mesmo período do ano anterior, impactada pelo reconhecimento de baixas contábeis em ativos, principalmente a usina nuclear de Angra 3, e provisões bilionárias, informou a estatal na noite de quarta-feira (31).

A companhia, que atua em geração, transmissão e distribuição de energia, reconheceu impairments (baixas contábeis) de R$ 2,61 bilhões, sendo R$ 2,53 bilhões em Angra 3, que teve as obras paralisadas recentemente.

Além disso, a companhia registrou provisões de R$ 9,39 bilhões, principalmente devido a contingências judiciais e passivo a descoberto em subsidiárias.

A provisão para contingências judiciais somou R$ 5,54 bilhões, e houve ainda provisões referentes ao risco hidrológico na subsidiária Eletronorte e para créditos de liquidação duvidosa.

No terceiro trimestre, a estatal havia tido prejuízo líquido de R$ 4,225 bilhões, influenciado também por uma baixa nos valores da usina nuclear de Angra 3, no montante de R$ 3,4 bilhões.

A baixa no valor de ativos ocorre após a obra da usina de Angra 3 ter parado--os contratos de construção e montagem eletromecânica foram suspensos junto aos fornecedores--, em meio a investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que aponta suposta propina em licitações do empreendimento.

De outubro a dezembro, a receita operacional líquida da Eletrobras totalizou R$ 7,86 bilhões, baixa de 19% frente o mesmo período do ano anterior.

Na comparação com o terceiro trimestre, a receita teve redução de 0,5%.

A Eletrobras citou baixa de 155% da receita de venda de energia de curto prazo contra o trimestre anterior, influenciada pela queda do Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) e pela sazonalidade na venda de energia realizada pelas subsidiárias.

No consolidado de 2015, a estatal apresentou um prejuízo líquido atribuído aos controladores de R$ 14,44 bilhões, ante prejuízo de R$ 3 bilhões no ano anterior.

Somente as subsidiárias da distribuição da companhia registraram prejuízo de R$ 5,2 bilhões no ano.

Lava Jato

Em seu balanço, a Eletrobras afirmou que não foram refletidos impactos referentes às investigações de corrupção da operação Lava Jato, da Polícia Federal.

A companhia disse que, após ter empreendimentos como Angra 3 e Belo Monte citados na imprensa como possivelmente envolvidos em corrupção, contratou o escritório Hogan Lovells para conduzir uma investigação que ainda está em andamento.

"Caso conduzam a achados e produzam informações e dados suficientes para que a companhia avalie, de acordo com a legislação do Brasil e dos EUA, a eventual ocorrência de impactos sobre as demonstrações financeiras, será dado aos mesmos o tratamento legal e regulamentar pertinente", apontou a estatal no balanço.

Fonte: G1


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