O percentual de famílias endividadas em abril caiu para 59,6% em abril, mostrou a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Em março, esse percentual era de 60,3%, e em abril de 2015, 61,6%.
Segundo Marianne Hanson, esse recuo, que ocorre há três meses, ?evidencia a retração do consumo com uma cautela maior do consumidor?. O resultado em abril chegou ao seu menor patamar desde março de 2015, informou a entidade.
Houve crescimento, no entanto, no percentual de famílias que declararam estar ?muito endividadas?. Subiu de 14,3% em março para 14,5%. Em comparação com abril do ano passado, o aumento foi de 2,5 pontos percentuais.
O cartão de crédito foi apontado por 77,9% dos entrevistados como o principal tipo de dívida, seguido dos carnês, com 15,4%. O financiamento do carro ocupa o terceiro lugar na lista, com 11,9%.
?Os indicadores de inadimplência pioraram com relação ao ano passado, em função das taxas de juros mais elevadas e do cenário menos favorável no mercado de trabalho?, afirmou a economista, em nota.
Contas em atraso
A proporção de famílias que afirmaram ter contas em atraso foi de 23,2%, menor do que o observado em março, 23,5%. Em relação a abril de 2015 (19,7%), no entanto, houve crescimento.
"Outro indicador que também diminuiu na comparação mensal é o que se refere às famílias que não terão como pagar as dívidas e que, portanto, vão permanecer inadimplentes", informou a CNC. Em abril, o percentual foi de 8,2%, ante 8,3% em março e 6,9% em abril de 2015.
O levantamento mostrou ainda que o tempo médio das dívidas em atraso foi de 61,8 dias em abril de 2016. Esse resultado foi maior do que os 60,9 dias registrados no mesmo mês no ano passado.
Já o tempo médio de comprometimento com as dívidas foi de 7,1 meses, sendo que 33,4% têm dívidas por mais de um ano. Do total das famílias brasileiras, 23,2% têm mais da metade da sua renda mensal comprometida com o pagamento de dívidas, mostrou a pesquisa.
Fonte: G1