Com a inauguração na última semana da linha de montagem final dos jatos Legacy 450 e 500 na Flórida, nos EUA, a Embraer quer alavancar as vendas da aviação executiva no mercado onde concentra a maior parte de suas vendas.
Em 2015, 65% das entregas da indústria de modelos executivos foram no mercado norte-americano e o país lidera a retomada deste mercado depois da crise mundial de 2009. A expectativa este ano é que 700 aeronaves sejam comercializadas no mundo - a Embraer mira a venda de pelo menos 115 delas.
O repórter Arthur Costa viajou para Melbourne, na Flórida, à convite da Embraer para acompanhar a inauguração da expansão da unidade da empresa nos EUA. De segunda (6) a quinta-feira (9), o G1 vai publicar uma série de reportagens sobre as estratégias das empresa para globalizar a marca, a mão de obra empregada na unidade norte-americana e curiosidades sobre a produção dos modelos executivos.
Em 2008, quando decidiu inaugurar uma unidade dedicada exclusivamente à aviação executiva nos EUA, a Embraer tinha 2% de participação no mercado mundial de jatos executivos e o cenário parecia promissor - naquele ano, cerca de 1,2 mil aviões foram comercializados. No ano seguinte, a crise impactou o mercado e o número de pedidos despencou para menos da metade, sem retornar até hoje aos dígitos pré-crise.Apesar da piora do mercado de maneira geral, os anos depois da crise representaram crescimento pra Embraer no segmento executivo. Em 2015, novos modelos foram lançados e a participação da empresa brasileira no mercado mundial chegou a 18%.
Segundo o presidente da aviação executiva da fabricante de aeronaves, Marco Túlio Pellegrini, a presença nos Estados Unidos foi o que fez a fabricante escapar do momento considerado ruim.
?Para sobreviver, você tem que estar onde o mercado é mais forte. Se você quer ser um player [agente no mercado] de destaque, você não pode ignorar o mundo. Estando aqui, eu tenho chance de vender mais. O cliente quer ver o produto perto dele?, disse o executivo.
Atualmente, o mercado da América do Norte e México concentram 70% do total de vendas de jatos executivos do mundo. A projeção da Embraer considera que o mercado de aviação executiva deve movimentar no mundo cerca US$ 250 bilhões nos próximos 10 anos, com a venda de cerca de 9 mil jatos executivos. A América do Norte deve responder por mais da metade desta frota.
?Depois do mercado norte-americano, vem o europeu, mas a distancia ainda é grande. Para cada 10 aviões que entregamos nos Estados Unidos, entregamos dois na Europa?, afirmou Pellegrini.
A produção do primeiro jato da empresa na Flórida foi no fim de 2011, um Phenom 100, aeronave com capacidade pra até sete pessoas.
Já com a montagem final dos modelos da família Phenom 100 e 300 há cinco anos em Melbourne, agora a Embraer incluiu a montagem dos modelos Legacy 450 e 500. A primeira unidade do Legacy produzida na Flórida deve ficar pronta em dezembro desse ano.
Estratégia
Esse cenário levou a empresa a aumentar o investimento em Melbourne. Com a ampliação da unidade, a empresa vai dobrar a capacidade de produção.
A área também passa a receber um novo hangar para pintura das aeronaves e um segundo prédio pra receber clientes, chegando a 42 mil metros de área construída. Atualmente, 600 pessoas trabalham no braço norte-americano da empresa.
Fonte: G1