Tim Berners-Lee, o cientista considerado "pai" da internet, pediu nesta segunda-feira (12) que as poderosas plataformas de web e empresas de redes sociais sejam regulamentadas para evitar que a rede seja "transformada em uma arma de grande escala".
O cientista de computação britânico, de 62 anos, disse em uma carta aberta publicada no 29º aniversário da criação da web que um "novo conjunto de guardiões" agora é dominante, controlando a disseminação de ideias e opiniões.
"Nos últimos anos, vimos teorias de conspiração virarem tendência em plataformas de redes sociais, contas falsas no Twitter e no Facebook acumularem tensões sociais, atores externos interferirem em eleições e criminosos roubarem dados pessoais."
O professor do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglêS) faz as declarações no momento em que governos europeus se voltam para uma legislação que reprime as notícias "falsas" e o discurso de ódio que temem estar prejudicando a base de suas democracias.
Na Alemanha, uma lei entrou em vigor no dia 1º de janeiro, que prevê uma multa de até ? 50 milhões para plataformas de internet que não conseguirem remover o discurso de ódio --o que é ilegal-- dentro de 24 horas.
O presidente francês, Emmanuel Macron, enquanto isso, planeja uma lei que capacitaria os juízes a pedir a remoção de notícias falsas durante as campanhas eleitorais.
E em Bruxelas, a Comissão Européia notificou as plataformas da internet de que elas devem encontrar uma maneira de remover o conteúdo extremista dentro de uma hora depois de notificadas ou enfrentar uma lei que as obrigue a fazer isso.
Berners-Lee, cuja Web Foundation faz campanha para uma internet mais aberta e inclusiva, duvida que empresas que foram montadas para maximizar lucros possam resolver adequadamente o problema de forma voluntária.
Expressando preocupação sobre como as grandes plataformas de internet lidam com os dados dos usuários na área da publicidade, Berners-Lee disse que é necessário encontrar um equilíbrio entre os interesses das empresas e os cidadãos online.Fonte: G1