A agência de classificação de crédito Fitch afirmou nesta terça-feira (8) que os ratings soberanos de México e Brasil vão divergir ainda mais e que focará na dinâmica da dívida e no crescimento quando avaliar o Brasil.
A Fitch classifica o Brasil com rating BBB, tendo alterado sua perspectiva para negativa em abril, enquanto o México é classificado como BBB+.
"A baixa performance do Brasil está se tornando estrutural", disse a diretora sênior de ratings soberanos da Fitch, Shelly Shetty, durante conferência em Londres. "O foco de nossa atenção será sobre a dinâmica de crescimento e dívida... não há limiar mágico que estejamos olhando", disse ela, acrescentando que o Brasil era um país altamente endividado mesmo quando recebeu o grau de investimento.
Nota do Brasil
A Fitch é a única das três maiores agências de classificação de riscos que ainda coloca o Brasil a dois degraus de distância do território especulativo (quando se perde o grau de investimento). Na Moody's e na Standard & Poor's, o Brasil está a um degrau de perder o selo de bom pagador.
No final de julho, a Fitch informou que irá reavaliar as tendências fiscais do Brasil, ponto importante para sua decisão sobre se rebaixará o rating do país, após o governo ter cortado a meta de superávit primário (a economia feita para pagar juros da dívida).
Com o grau de investimento, um mercado pode atrair grandes investidores de países desenvolvidos que, por regras dos seus estatutos, só podem investir em ativos considerados de baixo risco.
A avaliação de risco de investimento é um sistema de nota desenvolvido por agências de análise de riscos para alertar os investidores de todo o mundo sobre os perigos do mercado em que eles escolhem para aplicar seu dinheiro.
Fonte: G1