O secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, afirmou nesta terça-feira, 15, que o presidente da República, Jair Bolsonaro, é ?parceiro? na agenda de reformas pró-mercado. O comentário foi feito durante coletiva de imprensa após pergunta sobre as dificuldades do ministério em prosseguir com as reformas em função do suposto veto de Bolsonaro a qualquer discussão sobre o assunto.
?Nós fomos eleitos com esta pauta e estamos avançando?, afirmou Sachsida. ?O que me parece que o presidente Bolsonaro coloca corretamente é que as discussões não podem ser públicas. Você não pode ficar lançando ideias publicamente. Acho que foi isso que ele deixou claro?, disse o secretário.
A avaliação de Sachsida surge após informações de que estava em estudo no Ministério da Economia a possibilidade de desvinculação do salário mínimo dos benefícios previdenciários e congelamento, por dois anos, de aposentadorias e pensões. A medida abriria espaço no Orçamento de 2021 ao Renda Brasil, programa que substituiria o Bolsa Família.
Em entrevista à imprensa, o secretário especial da Fazenda, Waldery Rodrigues, também chegou a citar a restrição do seguro-desemprego para poupar recursos para o Renda Brasil.
Em vídeo publicado nesta terça nas redes sociais, o presidente Bolsonaro prometeu "cartã vermelho" para quem sugere congelar as aposentadorias. Ele também enterrou de vez o Programa Renda Brasil, que nem chegou a ser anunciado. ?Até 2022, no meu governo, está proibido falar a palavra Renda Brasil. Vamos continuar com o Bolsa Família e ponto final?, afirmou Bolsonaro, em vídeo postado no Facebook.
Na coletiva desta terça, Sachsida não quis fazer comentários sobre o fim do Renda Brasil, anunciado por Bolsonaro. Ao ser questionado sobre a questão em diferentes momentos da entrevista ele destacou o caráter reformista do atual governo. ?As reformas deste governo só encontram paralelo no Plano Real?, disse.
Sachsida participou nesta terça-feira de coletiva de imprensa para falar dos novos parâmetros da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia para o Produto Interno Bruto (PIB) e a inflação.
Fonte: Exame