O governo federal desembolsou até o início de agosto R$ 275,14 bilhões para financiar as ações de combate ao novo coronavírus e de alívio dos reflexos da pandemia no país.
Esse valor corresponde a 53,95% do total do orçamento de R$ 509,97 bilhões já autorizados para gastos relacionados à pandemia.
Os números foram obtidos em consulta ao Siga Brasil, ferramenta mantida pelo Senado em que é possível acompanhar a execução orçamentária e que dispõe de um espaço com informações específicas sobre os gastos relacionados ao enfrentamento do coronavírus. A última atualização dos números foi em 5 de agosto.
De acordo com o Siga Brasil, a ação do governo com maior desembolso até o momento é o pagamento do auxílio emergencial, destinado a garantir renda a trabalhadores informais afetados pelas medidas de restrição adotadas visando desacelerar o contágio pela Covid-19.
Até o dia 5 de agosto, haviam sido pagos R$ 167,6 bilhões direcionados ao auxílio emergencial, o que equivale a 60,93% do total dos gastos.
Em segundo lugar está o auxílio financeiro do governo federal aos estados e municípios, cujo desembolso atinge R$ 30 bilhões, o equivalente a 10,93% do total desembolsado.
Em 22 de julho, o Tribunal de Contas da União (TCU) concedeu 15 dias para o Ministério da Saúde explicar a estratégia de gastos no combate ao novo coronavírus. Até junho, a pasta gastou 29% do total aprovado. Relator do caso, o ministro Benjamin Zymler afirmou que há "baixa" execução dos recursos destinados ao ministério para combater a pandemia.
O G1 procurou a assessoria do Palácio do Planalto para comentar a execução orçamentária das ações voltadas ao enfrentamento da pandemia e aguardava resposta até a última atualização desta reportagem.
Os dados estão em linha com os números divulgados pela Secretaria do Tesouro Nacional, por meio do painel de monitoramento das despesas da União no combate à Covid-19 ? instrumento que traz informações atualizadas diariamente.
De acordo com painel do Tesouro Nacional, foram gastos R$ 275,9 bilhões pelo governo até este domingo (9), de um total de R$ 512 bilhões aprovados. O pagamento foi de 53,88% do total.
A maior parte dos recursos está relacionada com auxílio emergencial, com despesas de R$ 167,65 bilhões - o equivalente a 65,9% de um total aprovado de R$ 254,4 bilhões.
Já no auxílio financeiro aos estados e municípios, foram liberados R$ 39,94 bilhões, pouco mais da metade dos R$ 79,19 bilhões autorizados.
O programa de crédito condicionado à manutenção do emprego, que terminou no fim de julho, porém, contou somente com R$ 3,91 bilhões gastos, do total de R$ 34 bilhões previstos (parte do governo). Parte da dotação autorizada (R$ 12 bilhões) foi direcionada ao Pronampe ? linha de crédito para as micro e pequenas empresas que já se esgotou.
Por meio de nota à imprensa, o Ministério da Saúde informou que a execução orçamentária destinada às ações de combate à Covid-19, no âmbito do Ministério da Saúde, foi executada em 72,8% até o momento.
"Dos R$ 39 bilhões provisionados, mais de R$ 28 bilhões foram empenhados com o objetivo de garantir que não faltem recursos, leitos e todo o empenho para salvar vidas", acrescentou.
Quando os valores são "empenhados", eles foram liberados para gastos. Entretanto, não quer dizer que as despesas já tenham sido feitas.
"O recurso é distribuído em atendimento prioritário às demandas de estados e municípios seguindo todos os critérios técnicos, tais quais curva epidemiológica, parâmetros populacionais, capacidade instalada, e demandas ou necessidades específicas", informou o governo.
No sábado (8), o Braisl superou a marca dos 100 mil mortos pela Covid-19, cerca de cinco meses após os registros oficiais dos primeiros casos do novo coronavírus no país.
Segundo levantamento do consórcio de veículos de imprensa a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde, até as 8h deste domingo (9) o Brasil tinha 100.546 mortes por coronavírus confirmadas.
O número é o dobro das vidas perdida pela tropa brasileira na Guerra do Paraguai, segundo estimativas. Também é mais que o dobro do total de brasileiros que contraíram a gripe espanhola.
Considerando todas as vítimas de acidentes aéreos do planeta nos últimos 60 anos, só no Brasil a Covid-19 matou três vezes mais.
Fonte: G1