As taxas de juros das operações de crédito tiveram nova elevação em julho, segundo balanço da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). Foi a 7ª elevação no ano e a 10ª elevação consecutiva. Assim, a taxa média de juros para pessoa física passou de 6,94% ao mês (123,71% ao ano) em junho para 7,06% ao mês (126,74% ao ano) em julho, a maior taxa de juros desde agosto de 2009.
Para pessoa física, todas as seis linhas de crédito pesquisadas (juros do comércio, cartão de crédito rotativo, cheque especial, CDC-bancos-financiamento de veículos, empréstimo pessoal-bancos e empréstimo pessoal-financeiras) tiveram suas taxas de juros elevadas no mês.
Pessoa Jurídica
No caso da pessoa física, das três linhas de crédito pesquisadas, todas foram elevadas no mês. A taxa de juros média geral para pessoa jurídica passou de 4,03% ao mês (60,66% ao ano) em junho para 4,06% ao mês (61,22% ao ano) em julho, a maior taxa de juros desde junho de 2009.
Taxa de juros e Selic
Considerando todas as elevações da taxa básica de juros (Selic) promovidas pelo Banco Central desde março de 2013, segundo a Anefac, de 7,25% ao ano em janeiro de 2013 para 14,25% ao ano em julho de 2015, a taxa de juros média para pessoa física apresentou uma elevação de 38,77 pontos percentuais (elevação de 44,07%), de 87,97% ao ano em março de 2013 para 126,74% ao ano em julho deste ano.
Nas operações de crédito para pessoa jurídica houve uma elevação de 17,64 pontos percentuais (elevação de 40,48%) de 43,58% ao ano em março de 2013 para 61,22% ao ano em julho.
Perspectivas
A Anefac informa que, diante do "cenário econômico atual que aumenta o risco de elevação dos índices de inadimplência bem como as prováveis novas elevações da taxa básica de juros frente a uma inflação mais elevada, a tendência é de que as taxas de juros das operações de crédito voltem a ser elevada nos próximos meses".
As razões apontadas para a alta na taxa de juros nas operações de crédito pelo diretor executivo de estudos e pesquisas econômicas da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira, são compensação por prováveis perdas com a elevação da inadimplência com o baixo crescimento econômico; elevação da taxa básica de juros (Selic) promovida pelo Banco Central no fim do mês passado; elevação da carga tributária para o sistema financeiro no pacote fiscal que elevou a CSLL (Contribuição Social sobre o lucro líquido) de 15% para 20%; expectativa de novas elevações da taxa básica de juros frente a um cenário de elevação nos índices de inflação.
Os juros básicos da economia brasileira subiram de 13,75% para 14,25% ao ano, um novo aumento de 0,50 ponto percentual, segundo decisão tomada no dia 29 de julho pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Foi a sétima elevação seguida da taxa Selic, que atingiu o maior patamar desde julho de 2006, ou seja, em 9 anos - quando estava em 14,75% ao ano.
Fonte: G1