A justiça de São Paulo aceitou nesta quinta-feira (2) o pedido de recuperação judicial da incorporadora PDG Realty e nomeou a consultoria Price water house coopers (PwC) como administradora judicial da empresa.
De acordo com a decisão do juiz João de Oliveira Rodrigues Filho, da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais, as ações de cobrança contra a empresa serão suspensas por 180 dias. Ele também determinou que a empresa apresente um plano de recuperação em um prazo de 60 dias.
O processo de recuperação judicial da PDG envolve 512 empresas, entre subsidiárias e empreendimentos, e uma dívida de R$ 6,2 bilhões a ser reestruturada, segundo a petição inicial a que o G1 teve acesso. No pedido de recuperação, a empresa culpa a crise e o volume excessivo de clientes que desistiram da compra do imóvel para justificar seus problemas financeiros.
HISTÓRICO
A PDG nasceu como braço de investimentos imobiliários do antigo Banco Pactual, em 2003, e se tornou uma empresa independente no ano seguinte. Em 2007, se lançou em bolsa e captou R$ 648 milhões. Com esse dinheiro, a construtora fez uma série de aquisições entre 2008 e 2010, entre elas dos grupos CHL, Goldfarb e Agre, chegando à liderança do setor.
Ela chegou a valer R$ 12,5 bilhões e a lançar R$ 7 bilhões em empreendimentos, mas hoje tema apenas 1% desse valor de mercado (R$ 158 milhões, conforme dados a Economatica) e não lançou nada durante todo o ano passado.
No fim de 2010, a empresa informava que tinha um banco de terrenos com potencial de lançamento de R$ 29,6 bilhões em 574 projetos, hoje ela toca apenas 30, segundo informações do terceiro trimestre divulgadas ao mercado financeiro.
A companhia tem mais de 1.800 reclamações registradas nos últimos 12 meses no site Reclame Aqui, a maioria delas referente a atraso de obras ou falta de pagamentos dos distratos.
Os clientes que compraram imóveis da empresa e querem rescindir o contrato, inclusive, terão de aguardar o desdobramento pedido de recuperação judicial feito pela empresa para receber o dinheiro, segundo especialistas ouvidos pelo G1.
Fonte: G1