O leilão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para novos empreendimentos de transmissão de energia teve interessados em alguns dos 24 lotes. No total são 6,5 mil km de linhas de transmissão. A expectativa de investimentos é da ordem de R$ 12,2 bilhões. O leilão está sendo realizado na sede da BM&FBovespa, em São Paulo.
Estão sendo licitados lotes em 20 estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Espirito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraná, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe, São Paulo e Tocantins.
Os lotes atenderão usinas que já estão em processo de construção, segundo a Aneel. As instalações deverão entrar em operação comercial no prazo de 36 a 60 meses a partir da data de assinatura dos contratos de concessão.
Regras do leilão
Nesses leilões, o vencedor de cada lote é a empresa que estiver disposta a receber o menor valor de Receita Anual Permitida (RAP), que é a remuneração paga às empresas de transmissão, em relação ao teto.
Para o leilão desta quarta, a soma das Receitas Anuais Permitidas (RAP) máximas dos 24 lotes é de R$ 2,5 bilhões. O concessionário vencedor terá direito ao recebimento da RAP por 30 anos.
Expectativas
No último leilão de transmissão, realizado em novembro, o deságio médio (desconto em relação ao teto fixado pelo edital) ficou em apenas 0,64%.
Em fevereiro, o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que a Aneel refizesse os estudos para elevar a taxa de retorno que será garantida às empresas que vencerem o leilão, o que levou a agência a aumentar a taxa de retorno média de 8,5% para 9,5% sobre o capital investido.
Segundo a Reuters, apesar das condições mais atrativas, o leilão não deverá encontrar interessados para todos os 24 lotes de projetos.
A aposta da KPMG é de que empresas estrangeiras, como asiáticas e canadenses, apareçam com mais força no certame, com ajuda da desvalorização do real e com um momento de fraqueza ou menor agressividade dos investidores brasileiros de transmissão.
A chinesa State Grid tem investido fortemente em linhas de energia no Brasil, enquanto a canadense Brookfield participou de um leilão no ano passado em parceria com grupos espanhóis, informa a Reuters.
Fonte: G1