O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, anunciou nesta segunda-feira (16) que Mansueto Almeida será o novo secretário do Tesouro Nacional. Ele entra no lugar de Ana Paula Vescovi, que deixou o posto para assumir a secretaria-executiva do Ministério da Fazenda.
Pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Almeida estava no comando da Secretaria de Acompanhamento Fiscal, Energia e Loteria do ministério. Para o lugar dele, Guardia escolheu o economista Alexandre Manoel Angelo da Silva, atual subsecretário de Governança Fiscal e Regulação de Loteria.
As mudanças ocorrem após Henrique Meirelles deixa o comando do Ministério da Fazenda para tentar disputar as eleições presidenciais deste ano.
Com a saída dele, Guardia, que era o secretário-executivo do ministério, foi confirmado pelo presidente Michel Temer como novo titular da pasta.
O ministro informou que também decidiu indicar Ariosto Antunes Culau para o cargo de secretário-executivo-adjunto da Fazenda.
Novo chefe do Tesouro
Mansueto Almeida é formado em economia pela Universidade Federal do Ceará, é mestre em economia pela Universidade de São Paulo (USP) e cursou doutorado em Políticas Públicas no MIT, Cambridge (USA), mas não defendeu a tese.
Almeida é técnico de Planejamento e Pesquisa do IPEA, tendo assumido, entre outros, os cargos de coordenador-geral de Política Monetária e Financeira na Secretaria de Política Econômica no Ministério da Fazenda (1995-1997), assessor da Comissão de Desenvolvimento Regional e de Turismo do Senado Federal (2005-2006) e Assessor Econômico do Senador Tasso Jereissati.
Quando era pesquisador do Ipea, Mansueto Almeida concedia muitas entrevistas para a imprensa, principalmente expondo análises sobre o comportamento das contas públicas, possuía um blog sobre desenvolvimento local, política econômica e crescimento (desativado quando entrou no governo), e participava ativamente nas redes sociais. Depois que ingressou no Ministério da Fazenda, continuou postando no Twitter, mas com frequência mais baixa.
O novo titular da Secretaria do Tesouro Nacional tem como objetivo principal tentar atingir a meta para as contas públicas do governo neste ano, que pode ficar negativa (despesas maiores que receitas) em até R$ 159 bilhões.
Para o ano que vem, o governo manteve, no projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO), encaminhada ao Congresso Nacional na última semana, a proposta de autorização para que as contas públicas registrem défict de até R$ 139 bilhões. .
Além disso, propôs que o Congresso autorize o governo a contrair uma dívida de até R$ 256 bilhões para cumprir a chamada "regra de ouro".
O governo observou que a parcela "manejável" do Orçamento, ou seja, sobre o qual o governo tem controle, será de pouco menos de R$ 100 bilhões no próximo ano, abaixo, portanto, do valor de descumprimento da "regra de ouro". Caso a regra seja descumprida, o presidente da República pode ser processado por crime de responsabilidade.