Os economistas do mercado financeiro continuam prevendo que o governo federal não vai atingir a meta fiscal fixada para 2017, de déficit primário de R$ 139 bilhões. No levantamento feito pelo Ministério da Fazenda e divulgado nesta quinta-feira (12) dentro do chamado "Prisma Fiscal", os economistas estimam um déficit de R$ 148,36 bilhões.
A pesquisa foi conduzia pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda e aponta que o governo central ? composto pela União, Previdência e Banco Central ? deverá registrar um déficit primário de quase R$ 10 bilhões a mais do que o fixado pelo governo.
Essa última pesquisa, no entanto, prevê uma diferença menor entre o que o governo arrecadará em 2017 e o que gastará. Na pesquisa divulgada em dezembro, a previsão do mercado era um déficit de R$ 151,74 bilhões.
A melhora ocorre porque, apesar do mercado estimar uma queda na arrecadação das receitas federais de R$ 1,356 trilhão para R$ 1,345 trilhão, a pesquisa aponta um leve aumento de R$ 425 milhões na receita liquida do governo central e uma queda na despesa total, que caiu de R$ 1,315 trilhão na pesquisa anterior para R$ 1,312 trilhão na pesquisa atual.
Para melhorar o perfil da arrecadação deste ano e garantir o cumprimento da meta fiscal, o governo anunciou apoio a uma nova rodada da chamada "repatriação", programa que oferece vantagens para que contribuintes brasileiros regularizem bens mantidos no exterior e que não estão declarados à Receita.
O projeto que autoriza a nova rodada já foi aprovado no Senado e aguarda votação na Câmara dos Deputados.
2018
Para 2018, o mercado financeiro, na pesquisa conduzida pelo Ministério da Fazenda, estimou que o déficit primário do governo central deverá somar R$ 125,93 bilhões, contra a previsão anterior de R$ 123,99 bilhões.
Ajuste
Para melhorar as contas públicas, o governo anunciou uma série de medidas, entre elas uma emenda à Constituição que cria um teto para o crescimento dos gastos públicos.
A PEC do teto de gastos já foi promulgada e prevê que a despesa de um ano não possa crescer acima da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a partir deste ano 2017 ? envolvendo a União, o Legislativo, o Tribunal de Contas da União, o Judiciário, o Ministério Público, e a Defensoria Pública da União.
Para os gastos com saúde e educação, a correção pela inflação começará de 2018 em diante.
Para tentar melhorar as contas no médio prazo, e o humor dos investidores, o governo também já divulgou o texto da PEC da reforma da Previdência, onde fixa uma idade mínima para aposentadoria pela INSS de 65 anos para homens e mulheres.
Fonte: G1