A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) está avaliando o impacto no mercado de petróleo do ataque a instalações da Arábia Saudita, e considera muito cedo para os membros da entidade tomarem medidas para aumentar a produção ou a convocarem uma reunião, disseram o ministro da Energia dos Emirados Árabes Unidos e outras fontes.
O petróleo disparou nesta segunda-feira para quase US$ 72 o barril, registrando seu maior ganho percentual intradia desde a Guerra do Golfo em 1991, depois que um ataque no sábado paralisou a produção de mais de 5 milhões de barris por dia (bpd), ou mais de 5% da oferta global.
O ministro da Energia dos Emirados Árabes Unidos, Suhail al-Mazrouei, disse que o país é capaz de aumentar a produção para lidar com qualquer interrupção no fornecimento, mas que ainda é muito cedo para convocar uma reunião de emergência da Opep.
O secretário-geral da Opep, Mohammad Barkindo, discutiu o mercado de petróleo com o chefe da Agência Internacional de Energia, Fatih Birol, nesta segunda-feira, após o ataque a instalações de petróleo sauditas, disse uma fonte da Opep à Reuters.
Os dois expressaram sua satisfação pelo fato de "a situação ter sido controlada pelas autoridades sauditas", e concordaram em continuar monitorando o mercado e mantendo contato regular nos próximos dias, disse a fonte da Opep.
Com os estoques mundiais de petróleo abundantes e sem sinais de escassez, a Opep não precisa discutir formalmente nenhuma ação por enquanto, disseram duas outras fontes da Opep. "Ainda é cedo para falar sobre isso", disse um deles.
Os preços do petróleo estavam relativamente reduzidos nos últimos meses, uma consequência das reservas abundantes e dos temores de desaceleração da economia mundial, fatores que afetavam a demanda. Na sexta-feira, os contratos futuros do petróleo Brent fecharam a US$ 60,22. Já os futuros do petróleo dos EUA fecharam a US$ 54,85.
A Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) chegou a estabelecer limites de produção para tentar manter a faixa de preço.Mas os ataques demonstram a vulnerabilidade do país com maior capacidade de produção mundial, apontou o analista Amarpreet Singh, do Barclays, e inclui um elemento de risco geopolítico aos preços.
Os Estados Unidos acusaram o Irã pelo ataque, dizendo que não há evidências de que eles partiram do Iêmen. O Irã rebateu as acusações e acusou os Estados Unidos de buscarem um pretexto para retaliar o país.
Fonte: G1