A Petrobras informou nesta segunda-feira (9) que lançou no mercado internacional US$ 4 bilhões em bônus em duas tranches (tipos de contrato), numa operação em que a estatal busca alongar dívida prestes a vencer.
A operação, que visa financiar a recompra de até US$ 2 bilhões de dólares em dívida, é a primeira captação de uma empresa da América Latina no mercado internacional neste ano.
O momento da emissão foi visto como oportuno, segundo a Reuters, dado que os papéis brasileiros se recuperaram desde a vitória surpresa de Donald Trump nas eleições presidenciais dos EUA em 8 de novembro.
"Eles não poderiam ter escolhido um momento melhor", disse Ricardo Navarro, gerente de carteira da Noctua à Reuters. "Estamos provavelmente perto dos níveis pré-Trump."
Após atingir cerca de 8,3% na semana que se seguiu às eleições nos EUA, o rendimento dos títulos de 2026 da Petrobras, com cupom de 8,75%, caiu gradualmente até atingir 7% na semana passada.
Com uma indicação inicial de preço ao redor de 6,5% para o título de cinco anos, e de 7,75% para o de 10 anos, os coordenadores da emissão da estatal brasileira calculavam prêmios atrativos para novas emissões entre 50 e 75 pontos básicos.
Esse cálculo dependia, em parte, do peso atribuído ao alto preço em dólar na taxa atual de 8,375 por cento dos títulos de 2021 e 8,75 por cento nos de 2026, que, de acordo com um executivo de banco, eram negociados na semana passada com rendimentos da faixa de 5,95 por cento a 7,18 por cento.
A Petrobras começou com um prêmio generoso para conseguir investidores, assim como a estatal mexicana de petróleo Pemex fez em dezembro.
A demanda de mais de US$ 20 bilhões permitiu reduzir as taxas oferecidas, antes de lançar US$ 2 bilhões em papéis de cinco anos com rendimento de 6,125% e outros US$ 2 bilhões de dólares em títulos de 10 anos a 7,375%.
Meta de desinvestimento
Embora a Petrobras tenha ficado aquém da meta de desinvestimento de 2015-16 para levantar US$ 15,1 bilhões, os investidores sentem em grande parte que a empresa está indo na direção certa, e ainda é considerada barata.
A estatal quer recomprar bônus em dólares com vencimentos em 2019 e 2020 e também bônus denominado em euros de 2019. O Bradesco, o Citigroup, o HSBC, o Itaú e Morgan Stanley estão atuando como líderes da operação.
Fonte: G1