Petrobras teve prejuízo líquido de R$ 446 milhões em 2017, no quarto ano consecutivo de perdas. O resultado da empresa foi afetado pelo acordo fechado pela companhia pra encerrar processos judiciais movidos por investidores nos Estados Unidos e pela adesão a programas de regularização fiscal, que custaram juntos cerca de R$ 21,6 bilhões.
Veja os destaques do balanço da Petrobras de 2017:
A Petrobras ressalta que o prejuízo de 2017 foi o menor dos últimos 4 anos e que seu resultado operacional, de R$ 35,6 bilhões, foi mais do que o dobro do registrado em 2016.
Em 2016, a Petrobras teve prejuízo líquido de R$ 14,824 bilhões, puxado principalmente por baixas contábeis que reduziram sua avaliação de ativos.
A Petrobras afirmou que se não fossem as despesas extraordinárias, a companhia teria registrado lucro líquido R$ 7 bilhões.
"Estamos numa trajetória consistente de recuperação, seguindo à risca o que nos propusemos no nosso plano de negócios. Os maiores impactos no balanço de 2017 refletem despesas não recorrentes que reduziram incertezas e riscos em relação ao futuro da companhia", disse, em nota, o presidente da estatal, Pedro Parente. "São resultados bastante positivos. Nós estamos bastante satisfeitos?, declarou Parente ao abrir a entrevista coletiva.
O diretor financeiro da Petrobras, Ivan Monteiro, afirmou que tanto o acordo da class action quanto o programa de regularização de débitos federais ?foi duramente? buscado pela companhia e que isso trouxe a valorização de mercado das ações da companhia.
Lucro operacional maior
A companhia teve um lucro operacional de R$ 35,6 bilhões, 108% acima do registrado em 2016. Esse indicador exclui as despesas fora da operação, como gastos com processos judiciais. Os ganhos operacionais se devem, principalmente, aos seguintes fatores:
"Houve redução de R$ 16,4 bilhões em relação a 2016 nas reavaliações de ativos da companhia, fator que mais contribuiu na melhoria do lucro operacional", explicou a empresa.
Quarto trimestre
A Petrobras teve perdas de R$ 5,477 bilhões no quarto trimestre de 2017. Além da despesa associada ao encerramento da ação coletiva nos EUA e dos programas de regularização fiscal, a empresa também teve seu resultado afetado pela reavaliação de ativos, que gerou perdas financeiras de R$ 3,5 bilhões no período.
Parente destacou que o programa de parceria e desinvestimentos da companhia permitiu a entrada de caixa de US$ 6,4 bilhões para a empresa em 2017. ?Esse programa está mantido para 2018?, afirmou.
A meta no plano de negócios da companhia é conseguir vender US$ 21 bilhões em ativos no biênio de 2017 e 2018.
Aumento de área explorada
A diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Simone Guedes, destacou que, pelo lado operacional, a companhia conseguiu manter em 2017 o índice de reserva e produção. Além disso, reduziu de US$ 13,3 bilhões para US 12,4 bilhões os gastos operacionais com a exploração e produção de petróleo
Para 2018, ela destacou que será dado início às atividades sísmicas nos blocos marítimos adquiridos nas rodadas de licitação do ano passado. A expectativa é de que a companhia consiga aumentar em 17% a área exploratória.
No pré-sal, Solange destacou que será extraído neste ano o primeiro óleo do campo de Búzios, adquirido na cessão onerosa. Nos campos de Lula e Cernambi, serão instaladas neste ano as duas últimas plataformas para exploração. Já para o campo Mero, a primeira plataforma já foi contratada.
Dividendos trimestrais
No mesmo dia da divulgação do balanço, a Petrobras propôs estudos para o pagamento de dividendos trimestralmente e não mais anualmente. A mudança ainda depende de aprovações no conselho de administração e em assembleias de acionistas.