A economia do Brasil terá um desempenho pior que o esperado este ano e no próximo, e essa deterioração "arrasta para baixo" as perspectivas para a América Latina, segundo estimativa da agência classificação de risco Standard & Poor's.
A S&P reduziu, de -2,5% para -3,2%, a estimativa para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) de 2015. Para 2016, a agência espera agora uma contração de 2% ? a estimativa anterior era que a economia "encolhesse" 0,5% no ano que vem.
Para a América Latina, a estimativa é de uma contração de 0,3% este ano, e de alta de 0,5% no próximo ? piores que as previsões anteriores, de queda de 0,2% em 2015 e expansão de 0,9% em 2016. Das economias avaliadas na região, apenas a Venezuela deve ter desempenho pior que o brasileiro, "encolhendo" 7% este ano e 5% em 2016.
"As duas mudanças são consequência da piora na perspectiva para a economia brasileira", diz a S&P no relatório, chamado de "Perspectivas para o Crédito da América Latina 2016: a recessão brasileira continua a arrastar para baixo as perspectivas para a região".
A agência avalia que as condições macroeconômicas no Brasil se deterioraram mais profundamente nos últimos meses, com crescimento rápido da inflação, queda continuada da confiança dos consumidores e das empresas, e "persistente instabilidade política".
"Entretanto, para as maiores economias da região, continuamos a esperar uma leve recuperação do crescimento em 2016, conforme as condições negativas deste ano se tornem menos pronunciadas".
Segundo o documento, a S&P aponta que o crescimento do desemprego no Brasil deve gradualmente resultar numa queda da inflação, que permitirá que o Banco Central reduza as taxas de juros e que o PIB retorne ao crescimento positivo "embora nós não esperemos isso até 2017".
Fonte: G1