Os preços da indústria subiram 1,77% de setembro para outubro, segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em setembro, de acordo com dado revisado, a alta fora de 2,99%.
No ano até outubro, o avanço acumulado é de 9,67%. O acumulado em 12 meses foi de 10,90%, o maior da série, que teve início em janeiro de 2014.
O Índice de Preços ao Produtor mede as mudanças nos preços de oferta do Brasil. Portanto, é um acompanhamento da variação média dos preços de produção de bens e serviços.
Segundo Manuel Campos Souza Neto, técnico do IPP, um dos principais motivos para os preços da indústria terem mostrado um valor menor ao apresentado em setembro é a valorização do dólar. No nono mês do ano, de acordo com ele, a moeda americana subiu cerca de 11% frente ao real, enquanto em outubro, houve redução de 0,7%.
?É um dos principais motivos para o resultado?, explicou. ?No ano, o dólar variou 47% em 2-15 até outubro, e 12 meses, foi 58,5%?.
Os preços são medidos na "porta da fábrica", mas quando sobem ou caem acabam refletindo no varejo.
Entre as 24 atividades das indústrias extrativas e de transformação, 17 mostraram preços mais altos, contra 22 no mês anterior.
Segundo o técnico do IBGE, o resultado da indústria de transformação - que tem uma série mais antiga - do acumulado do ano, de 9,76%, e 12 meses, 11,58%, foram os maiores desde 2010, quando iniciou a série.
?A explicação para esses dois últimos, 9,76% e 11,58% tem muito a ver com a variação do dólar, que foi de 47% em 2015, de janeiro a outubro e de 58,5% nos dozes últimos meses. Naturalmente existem outros problemas de custo, como a parte da energia elétrica?.
Alimentos
As quatro maiores variações partiram de bebidas (9,62%), perfumaria, sabões e produtos de limpeza (4,31%), madeira (-3,27%) e produtos de metal (3,02%).
?Parte de soja teve aumento expressivo, que está tendo compra externa, mas está entressafra, então o preço sobe. Tivemos aumento da gasolina, aumento de álcool e óleo diesel."
Já os setores de maior influência foram alimentos, outros produtos químicos, papel e celulose e veículos automotores.
"Os preços dos produtos alimentares subiram 2,79%, em relação a setembro. Este resultado, próximo da metade do observado em setembro (5,47%), elevou o acumulado no ano para 13,21%, resultado que é o maior desde dezembro de 2012 (14,86%) ? ou seja, de 2012 em diante, o resultado atual só é menor do que um anual (de 2012). Em relação a outubro de 2014, os preços estão 15,20% maiores, o maior resultado nesta comparação desde setembro de 2012 (15,36%)."
?Alimentos foi o que mais influenciou o resultado final [das atividades industriais. Tem a parte do açúcar e o complexo de soja, que foram os grupos que mais influenciaram os alimentos. Seguido por bebida, derivado de petróleo e combustíveis e outros químicos?, explicou.
De acordo com Manuel Campos, apesar do dólar ter contido um pouco a subida dos preços da indústria, a expectativa do fim de ano influenciou o aumento do IPP. ?As bebidas tiveram 9,62% de aumento?.
Em outubro, os preços de bens de capital subiram 0,30%; os de bens intermediários, os de bens intermediários, 1,71%, e os de bens de consumo, e 2,27%. Nos bens de consumo duráveis, a variação foi de 0,53% e na de bens de consumo semiduráveis e não duráveis, de 2,81%.
Fonte: G1