O Índice de Preços ao Consumidor - Amplo 15 (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação oficial, recuou de 1,42% em fevereiro para 0,43% em março, segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (23). Em relação ao mês de março, é o índice mais baixo desde 2012, quando ficou em 0,25%.
No acumulado dos últimos 12 meses, o índice foi de 9,95%, recuando dos 10,84% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores, segundo o IBGE. Em março de 2015, a taxa havia ficado em 1,24%.
Para os analistas do mercado financeiro, a o IPCA deve dar sinais de desaceleração ao longo do ano, já que eles preveem que o índice chegue no final de 2016 em 7,43%, segundo o boletim Focus mais recente. Ainda assim, o indicador vai permanecer acima do teto de 6,5% do sistema de metas do governo.
Alimentos
Os alimentos, responsáveis por 46% do índice do mês, mostraram significativa redução na taxa de variação, passando de 1,92% de fevereiro para 0,77% em março, de acordo com o IBGE. Entre os destaques com queda no preço estão o tomate (-19,21%) e a batata-inglesa (-4,61%). Já a cenoura (24,08%), as frutas (6,11%) e a farinha de mandioca (5,94%) continuam a registrar alta.
Energia elétrica e educação
A energia elétrica, que teve queda de 2,87%, exerceu o impacto mais expressivo no IPCA-15, devido, segundo o IBGE, à redução na cobrança extra da bandeira tarifária, que, a partir de 1º de março, passou dos R$ 3, da bandeira vermelha, para R$ 1,50, da bandeira amarela, por cada 100 kilowatts-hora consumidos.
As contas de energia de todas as regiões pesquisadas ficaram mais baratas, especialmente em Salvador, com queda de 5,85%.
Além da energia, outros itens contribuíram para a desaceleração do IPCA-15, como é o caso das passagens aéreas (-10,79%), e também do grupo Educação, que passou de 5,91% para 0,67%, deixando para trás a maior parte dos reajustes ocorridos nas mensalidades escolares.
Itens que subiram
No mês, o principal impacto individual no índice de 0,43% ficou com os combustíveis, onde a alta foi 1,23%. O preço do litro da gasolina subiu 0,82%, com a região metropolitana de Salvador na liderança, com 5,45%, enquanto o litro do etanol ficou 3,2% mais caro, também tendo Salvador na liderança, onde o preço do litro atingiu 9,27%.
Entre os demais itens que tiveram alta no mês, os destaques ficam com cigarro (3,26%), motocicleta (2,85%), TV, som e informática (2,11%), eletrodomésticos (1,89%), artigos de limpeza (1,49%), plano de saúde (1,06%), ônibus urbano (0,76%) e empregadio doméstico (0,72%).
Variações regionais
Na análise regional, as maiores variações foram em Goiânia (0,67%) e Porto Alegre (0,66%). O índice de Goiânia foi pressionado pelo resultado dos ônibus urbanos (8,19%), que refletiu o reajuste de 12,1% ocorrido em 6 de fevereiro, além da alta de 4,01% no litro da gasolina e de 4,94% no etanol. Em Porto Alegre, os alimentos aumentaram 1,73%, bem acima da média nacional (0,77%).
O menor índice foi registrado na região metropolitana do Rio de Janeiro (0,11%) onde os alimentos apresentaram variação de 0,21%, abaixo da média nacional (0,77%). Brasília vem em seguida no menor índice, em 0,19%. Salvador vem em terceiro, com 0,23%.