Após três meses de retração, economia brasileira voltou a ter crescimento em abril, no início do segundo trimestre, de acordo com informações divulgadas pelo Banco Central nesta sexta-feira (15).
O chamado Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br), considerado uma "prévia" do resultado do PIB, teve alta de 0,46% em abril, na comparação com março. O percentual foi calculado após ajuste sazonal, uma espécie de "compensação" para comparar períodos diferentes.
De acordo com o BC, esse foi o primeiro crescimento mensal deste ano, na série revisada. Em janeiro, fevereiro e março, respectivamente, houve retração do indicador de 0,67%, de 0,04% e de 0,51%. A última alta havia sido registrada em dezembro do ano passado (+1,14%).
O indicador de abril ainda não captura os efeitos da greve dos caminhoneiros, que aconteceu somente no final do mês de maio. Durante a greve, houve crise de abastecimento em todo o país. Faltaram combustível nos postos de gasolina e alimentos em mercados e feiras. O Ministério da Fazendo estimou um impacto de R% 15,9 bilhões do movimento.
Estimativas
O Produto Interno Bruto (PIB) é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.
Em 2017 a economia cresceu 1% e interrompeu a pior recessão já registrada no país. No primeiro trimestre deste ano por sua vez, o PIB teve uma expansão de 0,4%, segundo dados oficiais do IBGE.
Fonte: G1
Entretanto, nas últimas semanas a projeção de analistas para o desempenho da economia tem piorado, após a paralisação dos caminhoneiros.
Para o mercado, o crescimento deste ano ficará abaixo de 2%. O governo ainda vê uma alta de 2,5% para o PIB em 2018, mas pode revisar para baixo este valor.
Os números do BC mostram ainda que, de janeiro a abril de 2018, o indicador do nível de atividade registrou uma expansão de 1,55%, sem o ajuste sazonal. No acumulado em 12 meses até abril, a prévia do PIB do Banco Central registrou crescimento de 1,52%, também sem ajuste sazonal.
O IBC-Br foi criado para tentar antecipar o resultado do PIB, que é divulgado pelo IBGE. Os resultados do IBC-Br, porém, nem sempre mostraram proximidade com os dados oficiais do PIB.
O cálculo dos dois é um pouco diferente - o índice do BC incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos.
O IBC-Br ajuda o Banco Central na definição dos juros básicos da economia. Atualmente, a taxa Selic está em 6,50% ao ano, na mínima histórica.
Pelo sistema que vigora no Brasil, o BC precisa ajustar os juros para atingir as metas preestabelecidas de inflação. Quanto maiores as taxas, menos pessoas e empresas ficam dispostas a consumir, o que tende a fazer com que os preços baixem ou fiquem estáveis.
Para 2018, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Desse modo, o IPCA, considerado a inflação oficial do país e medida pelo IBGE, pode ficar entre 3% e 6%, sem que a meta seja formalmente descumprida.