As pessoas mais ricas do mundo ficaram um pouco menos abastadas no ano passado. Segundo um relatório do banco UBS e da consultoria PwC, turbulências geopolíticas e mercados voláteis de ações reduziram a riqueza dos bilionários pela primeira vez desde 2015.
A riqueza dos bilionários caiu globalmente em US$ 388 bilhões, para US$ 8,539 trilhões, com um declínio particularmente acentuado na Grande China ? o segundo país com maior número de bilionários do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos ? e na região da Ásia-Pacífico em geral.
Bancos privados, incluindo o maior gestor de patrimônio do mundo, o UBS, sentiram os efeitos das tensões comerciais entre EUA e China e as incertezas políticas globais, com os clientes no ano passado se evitando negociar e assumir dívidas para acumular mais dinheiro.
Em dólares, o patrimônio líquido dos mais ricos da China caiu 12,8%, devido às quedas das bolsas e uma moeda local mais fraca, e à medida que o crescimento da segunda maior economia do mundo perdeu ritmo e caiu para seu menor nível em quase três décadas em 2018.
Apesar da queda, a China continua ganhando um novo bilionário a cada 2 a 2,5 dias, disse no relatório o chefe de clientes ultra-ricos do UBS, Josef Stadler.
Em todo o mundo, o número de bilionários caiu em todos os lugares, exceto nas Américas, onde os empreendedores de tecnologia continuaram a aumentar as fileiras dos mais ricos dos Estados Unidos.
"Este relatório mostra a resiliência da economia dos EUA", onde havia 749 bilionários no final de 2018, disse John Matthews, chefe de gestão de patrimônio privado e negócios de patrimônio líquido ultra-alto do UBS nos Estados Unidos.
Embora a recuperação do mercado de ações depois de uma queda acentuada no final de 2018 tenha ajudado os gestores de patrimônio a aumentar seus ativos, as famílias mais ricas do mundo continuam preocupadas com os assuntos globais, desde as tensões comerciais e o Brexit até o populismo e as mudanças climáticas ? continuam a manter mais dos seus recursos em dinheiro vivo.
"É provável que a riqueza dos bilionários suba novamente este ano", disse Simon Smiles, diretor de investimentos do UBS para clientes ultra-ricos. Segundo ele, provavelmente seria um aumento mais tímido do que o a alta acentuada do mercado financeiro poderia sugerir.