O Tesouro Direto paga nesta quarta-feira (15) o maior vencimento de títulos públicos da história do programa, lançado em 2002 pelo governo federal. Ao todo, serão pagos cerca de R$ 9 bilhões para aproximadamente 122 mil investidores pessoas físicas.
Trata-se de vencimentos de Notas do Tesouro Nacional série B (NTN-B) lançadas em 2013, hoje conhecidas como "Tesouro IPCA+". Esses títulos remuneram o investidor com uma taxa de juros reais prefixada. Ou seja, é feita a recomposição da inflação calculada pelo IPCA, acrescida de um adicional pré-determinado na hora da compra do título.
Segundo o Tesouro Nacional, no período de 6 anos os títulos tiveram uma rentabilidade bruta de 64%. Entre maio de 2013 e maio de 2019, a inflação acumulada foi de cerca de 41% (ao redor de 6% ao ano).
Segundo o Tesouro, a maior fatia dos investidores (52.271) sacará até R$ 10 mil. Apenas 905 resgatarão valores acima de R$ 1 milhão. A maior parte (62%) é dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro; 69% são homens e 57% têm entre 26 e 45 anos.
Na avaliação dos analistas, o histórico de taxas de retorno significativas deve fazer com que a maior parte desses recursos volte para novas aplicações no Tesouro Direto.
Bancos e corretoras de investimento, no entanto, têm trabalhado nos últimos dias para tentar convencer os clientes a manter os investimentos, ainda que com alguma diversificação.
"Pelo que temos conversado com os clientes, boa parte deve manter os recursos no mesmo tipo de aplicação, mas claro procurando outros vencimentos. A procura maior tem sido por títulos intermediários, como os com vencimento em 2024 e 2026", afirma Schneider. "Mas temos chamado a atenção para outros ativos também atrelados ao IPCA, como as debêntures incentivadas de infraestrutura, que são isentas de importo de renda, além de opções de renda variável como o mercado de ações", acrescenta.
Assim como a Bolsa de Valores registrando um crescimento de 61% em 12 meses.
Na avaliação do Tesouro Nacional, o maior interesse dos brasileiros por essa opção de investimento se deve a fatores como melhor comunicação do programa, novas ferramentas, e também da diminuição de custos, "como a queda da taxa de custódia pela B3 de 0,3% para 0,25% ao ano, anunciada em dezembro de 2018, a redução do spread do título Tesouro Selic e a diminuição das taxas cobradas pelas principais instituições financeiras do mercado".
Fonte: G1