As vendas do comércio varejista brasileiro recuaram 0,1% em maio frente ao mês anterior (com ajuste sazonal), informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (12). Contudo, em relação a maio de 2016 o varejo cresceu 2,4% (sem ajuste sazonal), o melhor resultado para o mês desde 2014 nesta base de comparação.
Ambos resultados ficaram abaixo do esperado pelo mercado. Segundo pesquisa da Reuters, a expectativa era de alta de 0,35% na comparação com abril e avanço de 3,20% contra maio de 2016.
Em abril, as vendas haviam tido o melhor resultado para o mês em 11 anos, com avanço de 1,0% frente a março.
"O volume de varejo se mantém estável, mas em um patamar abaixo de índices registrados no passado. Há margem para recuperação, mas ainda há um longo caminho a ser percorrido", afirmou Isabella Nunes, gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE. "A recuperação do setor varejista passa necessariamente pela recuperação do mercado de trabalho", acrescentou.
Frente a abril, o maior recuo foi no setor de tecidos, vestuário e calçados (-7,8%), seguido de livros, jornais, revistas e papelaria (-4,5%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-2,8%). Na outra ponta, hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo subiram 1,4%; móveis e eletrodomésticos, 1,2%; artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, 0,9% e combustíveis e lubrificantes, 0,6%."As atividades mais básicas como o supermercadista e de farmacêutica mostraram um avanço em relação a abril, respondendo um pouco por essa renda real menos comprimida por conta da redução da inflação. Porém existem outros fatores que impactam no consumo das famílias, principalmente o mercado de trabalho que se mantém em taxas elevadas de desemprego", diz.
Avanço frente a maio de 2016
A principal contribuição para o avanço de 2,4% frente a maio do ano passado, período de comemoração do Dia das Mães, veio do setor de móveis e eletrodomésticos. Segundo o IBGE, a dinâmica das vendas desse segmento, em maio de 2017, pode ser associada à "redução da taxa de juros às pessoas físicas e a recomposição da massa de rendimentos reais habitualmente recebidos".
A alta de 5% no setor de tecidos, vestuário e calçados também ajudou, com a maior contribuição positiva frente a maio do ano passado. "A comemoração do Dia das Mães, com impactos positivos particularmente nas vendas desse setor, contribuiu para um avanço no volume de vendas acima da média geral", afirma o IBGE.
No acumulado de 2017, a atividade do varejo acumula queda de 0,8%. Já nos últimos doze meses, a atividade do varejo recua 3,6% até maio. Segundo o IBGE, isso sinaliza um ritmo de queda menor desde outubro de 2016, quando houve recuo de 6,8%.
Fonte G1