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   Ação da JBS despenca mais de 30%

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A Bovespa fechou em queda nesta segunda-feira (22), com as ações da JBS se destacando entre as maiores perdas do dia, ainda repercutindo a crise política desencadeada pelas delações de dirigentes da JBS que atingiram o presidente da República, Michel Temer.

O Ibovespa, principal indicador da bolsa, caiu 1,54%, aos 61.673 pontos.

As ações da JBS lideravam as perdas do dia caíram 31,34%, a R$ 5,98. Em razão do forte tombo, as negociações dos papéis da companhia chegaram a ser suspensas 9 vezes durante o pregão.

Em valor de mercado, a perda foi de R$ 7,4 bilhões somente no pregão desta segunda. Desde que eclodiu a crise política na semana passada, a empresa já perdeu R$ 9,6 bilhões. Os dados são da empresa de informação financeira Economatica.

A queda dos papéis da JBS reflete uma série de notícias envolvendo a empresa, como o impasse entre as negociações do acordo de leniência. A empresa recusou na sexta-feira a proposta do Ministério Público que previa uma multa de R$ 11 bilhões. As negociações para fechar o acordo foram retomadas nesta segunda-feira, mas o valor da multa ainda é incerto, o que preocupa o mercado, segundo a Reuters.

Um analista do mercado financeiro disse à agência que o cenário também dificulta a realização de uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da subsidiária JBS Foods International nos Estados Unidos, o que pressiona para baixo o valor do papel da empresa. Na quinta-feira, a empresa reiterou que trabalhos para o IPO prosseguiam.

Nesta segunda-feira, a agência de risco Moody's cortou a nota de crédito da empresa e de sua subsidiária nos Estados Unidos. A nota da JBS foi reduzida para 'Ba3' ante 'Ba2', enquanto a dívida garantida da JBS USA teve a nota cortada para 'Ba2' ante 'Ba1. Com a avaliação pior, a empresa deve pagar taxas maiores para contratar empréstimos.

Antes disso, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) confirmou na noite de sexta-feira que abriu  cinco processos administrativos contra a empresa na quinta e sexta-feira passadas para investigar supostas irregularidades como o uso de informações privilegiadas em negociações de dólar futuro e ações.

A ação da JBS é a 20ª na lista das maiores participações do Ibovespa, com peso de 1,3% na composição do índice.

Crise política

Nesta semana, o mercado aguarda decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) na quarta-feira (24) sobre o pedido de Temer para suspender o inquérito contra ele.

"Apesar da calmaria no relatório Focus, o mercado ainda anda apreensivo com o rumo do caso Temer", disse ao G1 o economista Alexandre Cabral. "Todos estão esperando o julgamento no plenário do STF do pedido de Temer para suspender o inquérito. Será uma semana de muita volatilidade no mercado financeiro."

No boletim Focus divulgado pelo Banco Central nesta segunda, a expectativa dos economistas para o dólar no fim do ano recuou de R$ 3,25 para R$ 3,23. As previsões para inflação baixaram de 3,93% para 3,92%. Já as estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) se mantiveram estáveis.

De olho nas reformas

Jason Vieira, economista chefe da Infinity Asset, diz que o mercado segue monitorando o rumo das reformas econômicas no Congresso em meio à crise política, especialmente a trabalhista e a da Previdência. "A volatilidade reflete o cenário de incertezas, a falta de um contexto que indique o que vai acontecer em termos de votação. Isso é mais importante que a manutenção ou não do presidente". Segundo Vieira, o mercado "vai andar mais ou menos no mesmo rumo" até que o Congresso indique o rumo da votação das reformas.

Nesta segunda, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, admitiu que a crise política pode atrasar a aprovação da reforma da Previdência, noticiou a colunista do G1 Thais Herédia. O atraso, segundo ele, seria de algumas semanas. Meirelles disse que está tratando pessoalmente com o Congresso para manter a agenda de reformas econômicas e que não vê um atraso de "meses".

A crise política gerada pelas delações dos empresários Joesley e Wesley Batista, donos da JBS ameaça paralisa os trabalhos previstos para esta semana no Congresso Nacional, onde a oposição passou a liderar um movimento a favor do impeachment de Temer. Além disso, segundo o colunista do G1 Gerson Camarotti, os articuladores políticos do governo foram avisados que parte da base aliada quer a renúncia do presidente.  

Tombo na semana passada

Na semana passada, a Bovespa caiu 8,2%, em semana de pânico nos mercados, repercutindo notícia publicada no jornal O Globo de que o dono da empresa JBS gravou o presidente da república, Michel Temer, dando aval para comprar silêncio do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha. O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou abertura de investigação contra Temer.

A Bovespa fechou em alta de 1,69% na sexta-feira (19), recuperando parte das perdas da véspera, quando a bolsa registrou sua maior queda diária desde 2008,  caindo 8,8%.

Fonte G1





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