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   BC lucra de R$ 72 bi até agosto com intervenções no câmbio

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O Banco Central lucrou R$ 72,1 bilhões de janeiro a agosto com as operações de intervenção no câmbio, conhecidas como contratos de "swaps", que equivalem à compra ou venda de moeda estrangeira no mercado futuro.

Nos oito primeiros meses do ano passado, as operações de "swaps cambiais" causaram ao BC uma perda de R$ 74 bilhões. Em todo ano passado, o prejuízo foi de quase R$ 90 bilhões.

De forma geral, o Banco Central registra lucro com esses contratos quando o dólar cai e prejuízo quando a cotação da moeda sobe. No fim do ano passado, o dólar estava cotado em R$ 3,94 e, no fechamento de agosto, foi negociado a R$ 3,22 - uma queda de 18,2%.

Somente em agosto, embalado também pela queda do dólar, que recuou 0,41% no mês, o Banco Central informou que foi registrado um lucro de R$ 4,25 bilhões com as operações de intervenções cambiais.

Contas públicas

O lucro do Banco Central com os contratos de "swaps cambiais" ajuda as contas públicas. Os lucros serão abatidos das despesas do governo federal com juros da dívida pública, o que ajuda a diminuir o chamado resultado "nominal" - calculado após a contabilização das despesas com juros.

Segundo o BC, o déficit nominal das contas públicas somou R$ 581 bilhões, o equivalente 9,58% do PIB, em doze meses até julho deste ano. Esse número é acompanhado com atenção pelas agências de classificação de risco e é levada em conta para a determinação da nota de crédito dos países.

Os contratos de "swap", quando geram lucro, também ajudam a diminuir a dívida do setor público. No caso da dívida bruta, que não considera os ativos dos países como as reservas cambiais, o endividamento brasileiro subiu em julho para 69,5% do PIB - patamar elevado para padrões internacionais.

Alguns bancos já projetam a dívida bruta acima de 80% do PIB nos próximos anos.

Com a piora dos indicadores das contas públicas nos últimos meses, apesar do lucro com swaps cambiais, entre eles aqueles relacionados com as contas públicas, o Brasil já perdeu o grau de investimento conferido por três das maiores agências de classificação de risco.

Com isso, alguns fundos de pensão, por conta de suas regras, têm de retirar investimentos do país.

Desvalorização das reservas

Se por um lado o BC registra ganhos com os contratos de "swap cambial" quando o dólar cai, as reservas cambiais se desvalorizam.

De janeiro a agosto, o impacto líquido de desvalorização das reservas internacionais brasileiras foi de R$ 274 bilhões. Para chegar a esses números é considerada a rentabilidade (com a queda do dólar, as reservas em reais ficam menores), menos o custo de captação.

Ainda de acordo com o BC, a desvalorização das reservas não tem impacto no chamado superávit primário (economia para pagar juros da dívida pública), assim como não tem efeito no déficit nominal do setor público, mas incorporam o balanço do Banco Central.

Para que servem os contratos de "swap"?

O Banco Central oferece um contrato de venda de dólares, com data de encerramento definida, mas não entrega a moeda ao investidor. No vencimento desses contratos, o investidor se compromete a pagar uma taxa de juros sobre o valor dos contratos e recebe do BC a variação do dólar no mesmo período.

Esse tipo de contrato representa uma forma de proteção para empresas com dívidas altas em dólar. Se uma empresa fatura em reais, mas tem dívidas em dólares, pode ser interessante investir nestes contratos que a livram do risco de perder dinheiro com uma disparada da moeda norte-americana. Mas a estratégia tem um custo e envolve riscos. Se o dólar cair ou ficar estável, a empresa pode ter perdas e isso complica seu balanço.

Além, disso, os contratos fornecem liquidez ao mercado ? evitando também uma volatilidade maior (forte sobe e desce) das cotações no mercado à vista.

Fonte: G1


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