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   Economia reage, mas segue longe do nível pré-crise

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A economia brasileira começa a sair do atoleiro. O Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre divulgado nesta sexta-feira (1º) avançou 0,2% e mostra uma recuperação mais disseminada entre os diversos setores. Mas, apesar dos sinais positivos, o ritmo de atividade continua distante do patamar de antes da recessão.

Levantamento do G1 mostra que os principais indicadores econômicos, como emprego e investimento, permanecem abaixo do patamar de 2013, chegando em alguns casos ao nível de 2003.

Em números absolutos, o PIB (soma de todos os bens e serviços produzidos no país) ainda está próximo do volume que tinha em 2010 e ainda abaixo de 2011.

A produção industrial segue no nível de 2009. O comércio ainda vende menos do que vendia em 2012. A massa total de rendimentos dos trabalhadores ainda é inferior a que se tinha em 2013. Já a taxa de investimentos, considerada o componente mais crítico para uma retomada mais consistente, amargou mais um trimestre de queda e ainda está abaixo do patamar do final de 2003.

Ainda que os indicadores confirmem o discurso de que a recessão ficou para trás, os economistas alertam que a retomada deverá ser lenta e que serão necessários alguns anos para o país se recuperar dos estragos causados pela crise prolongada.

Para o economista Sérgio Vale, da MB Associados, só daqui "uns bons 3 anos" o Brasil conseguirá retomar o patamar de PIB que tinha no começo de 2014.

?O problema é que tivemos a maior recessão da história. Uma recessão de 3 anos, profunda. Para voltar aos patamares e antes da crise não é trivial, leva tempo. Isso provavelmente vai ser só para depois de 2020".

Já economista-chefe do Banco Safra, Carlos Kawall, avalia que o PIB poderá retomar o nível pré-crise no final de 2019 ou ao longo de 2020, "a depender de tudo se confirmar numa direção favorável?, incluindo a aprovação no Congresso da pauta de medidas fiscais e de reformas, sobretudo a da Previdência.

Mercado de trabalho

Os números do mercado de trabalho dão uma dimensão do tamanho do desafio. Em julho, o Brasil completou 4 meses seguidos com contratações superando as demissões. NA parcial de 2017, o país já criou 103 mil vagas formais. A população total empregada com carteira assinada atingiu 38,4 milhões ante 41,2 milhões no final de 2014.

Ou seja, ainda faltam ser criadas mais 2,8 milhões de postos de trabalho para o emprego voltar ao nível pré-crise. O economista Luiz Fernando Castelli, da GO Associados, estima que esse patamar só será retomado em 2020.

Com a aprovação da reforma trabalhista, o governo acredita que 2 milhões de postos formais possam ser gerados em até 2 anos . 

"A taxa de desemprego pode até ficar mais baixa, mas os salários provavelmente não vão crescer tanto", observa a economista Silvia Matos, coordenadora do Boletim Macro/Ibre, da FGV, citando o universo de mais de 13 milhões de desempregados que disputam uma oportunidade de emprego formal.

PIB per capita só volta em 2024

Já o PIB per capita, considerado o principal termômetro da riqueza de um país e da sua população, deverá levar um pouco mais de tempo para se recuperar.

Pelos cálculos de Silvia Matos, a riqueza per capita do brasileiro irá acumular uma queda de 9,5% no período de 2014 a 2017 e serão necessários mais 7 anos para voltar ao patamar de antes do início da recessão.

Incertezas travam investimentos

Segundo os economistas, a sustentabilidade e consistência da retomada passam necessariamente por mais investimentos, sobretudo em infraestrutura. Ainda que o pacote de 57 privatizações e concessões represente um estímulo importante, a avaliação é que o endividamento ainda elevado das empresas e a capacidade ociosa continuam inibindo os planos de expansão e de aquisição de máquinas e equipamentos.

"Tudo que depende de crédito demora um pouco mais", resume Matos, da FGV, citando também as dúvidas sobre os impactos da TLP, a nova taxa do BNDES, na formatação do financiamento de projetos de longo prazo.

O cenário político ainda turbulento e as dúvidas sobre o avanço da agenda de reformas no Congresso também adicionam incertezas sobre o futuro do país e o controle do crescimento da dívida pública. Pelas últimas previsões, as contas do governo só voltarão para o azul em 2021.

A economista Alessandra Ribeiro, da Tendências, lembra que o corte de gastos do governo, ainda que necessário diante da dimensão do rombo fiscal, também pesa negativamente sobre a atividade econômica. O consumo do governo representa hoje cerca de 20% do peso do PIB.

Enquanto o investimento de longo prazo não volta, a aposta é que o consumo das famílias possa ser o principal impulso para o PIB e para a ocupação da capacidade ociosa das empresas.

Fonte: G1



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