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   Economistas veem melhora consistente da economia

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A alta de 0,2% no Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre, puxada principalmente pelo setor de serviços e consumo das famílias, mostra que há fundamentos para o crescimento consistente da economia daqui para a frente, na opinião de economistas ouvidos pelo G1.

"São os primeiros sinais de uma reação mais consistente da economia", diz Jason Vieira, economista da gestora Infinity, lembrando que para cravar que o país saiu da recessão, ainda é necessário mais um trimestre de resultado positivo.

Jason e Alessandra Ribeiro, economista da Tendências, destacam o crescimento do setor de serviços, o de maior peso no PIB, sob a ótica da oferta, e do consumo das famílias, sob a ótica da demanda.

?A gente percebe que esse maior dinamismo do consumo está batendo nos serviços, e temos mais fundamentos daqui pra frente para o crescimento consistente da economia?, diz Alessandra.

Para a professora do Coppead/UFRJ Margarida Gutierrez, o crescimento de 0,2% do PIB indica uma retomada. "Se a gente mantiver esse ritmo ao longo do ano, vamos ter um PIB de 1% neste ano e de 2,4% a 2,5% no ano que vem. Parece uma recuperação mais intensa do que aquela que a gente tinha inicialmente previsto", diz.

Alessandra destaca que já está havendo melhora no nível de emprego e da renda, reação do crédito para pessoa física e queda da taxa básica Selic, que jogará os juros finais para baixo daqui pra frente. ?Esses fundamentos devem dar suporte para a sustentação dos bons números que virão ao longo do segundo semestre?, analisa.

Para Alessandra, a queda da Selic, que está atualmente em 9,25%, vai começar a fazer efeito na economia neste terceiro trimestre. Ela prevê que a inflação fique em 3,3% no ano, ?bem mais tranquila que se poderia imaginar?, e isso aumentará o poder de compra das famílias.

?São todos esses fundamentos que devem dar suporte para a continuidade da recuperação?, afirma.

Vieira também destaca o corte da taxa básica de juros (Selic) como importante fator que influenciou no crescimento do PIB.

"Em parte [o crescimento de 0,2%] tem efeitos da política monetária, a inflação mais baixa, as ações microeconômica de mudança nas regras do cartão de crédito vêm surtindo efeito [no consumo]", afirma.

Construção civil puxa queda

Alessandra ressalta que a indústria veio fraca, com queda de 0,5%, puxada pela construção civil, que ficou negativa em 2% no segundo trimestre. ?O setor da construção ainda está apanhando?, diz.

Para Vieira, a queda na atividade da indústria se deve a um problema estrutural. "A indústria local tem um problema histórico, ela acabou se tornando uma indústria de montagem, e não de transformação ou criação. Por isso, quando se tem um problema de atividade econômica, ela fica ultradependente de importação", diz.

"A indústria ainda está tendo um comportamento de ajuste de estoques, mas deve começar a se recuperar no próximo trimestre. Os dados da produção industrial já mostram uma melhora no ano, mas isso ainda não apareceu no PIB porque as metodologias são um pouco diferentes", analisa Margarida.

A construção civil também puxou para baixo os investimentos da indústria, segundo Alessandra. A queda de 0,7% na formação bruta de capital fixo surpreendeu a economista. ?O que pegou de novo foi a construção civil e refletiu no componente. Precisamos de uma reação da construção civil, pois mais de 50% da parte dos investimentos da indústria vem do setor?, explica.

Margarida concorda os investimentos foram impactados pelo mau desempenho do setor de construção e condiera que demora na retomada dos investimentos é natural.

"O investimento é o último que volta. É um dado ainda muito contaminado pela construção civil. Além disso, a indústria ainda tem capacidade ociosa, demora para começar a investir", diz.

Vieira enxerga uma "esperançazinha" de retomada dos investimentos no terceiro trimestre. "A gente vê ainda as decisões de investimentos represadas, o que indica que o Banco Central vai continuar cortando juros".

Alessandra salienta que a queda só não foi maior porque máquinas e equipamentos cresceram no 2º trimestre.

Em relação à queda de 0,9% no consumo do governo, Alessandra diz que já era esperada. ?O governo tem reduzido bastante os gastos, tanto os discricionários quanto os obrigatórios, para cumprir a meta fiscal, e além disso há uma retração de receita e o déficit da Previdência, explica. Nesse caso, novamente o baixo desempenho do setor de construção civil nos gastos do governo ajudou a puxar o componente do PIB para baixo.

Efeito JBS

Vieira destaca o impacto da delação dos executivos da JBS no desempenho da economia no segundo trimestre.

"O efeito JBS teve seu impacto na formação de capital de fixo, que é a percepção de investimento para o futuro. Mas por outro lado não impactou o consumo, como também poderia".

Importações

A queda de 3,5% das importações, que ajuda no aumento do PIB, já que elas são subtraídas da conta, não é necessariamente uma boa notícia, segundo Vieira. "Numa situação boa ou ruim o país exporta, mas na ruim não sobra dinheiro para exportar".

Previsão

Alessandra Ribeiro diz que com o número desta sexta-feira, a consultoria revisará para cima a previsão do PIB para 2017, que atualmente está em crescimento de 0,3%.

Para 2018, a previsão da economista é de 2,8% de crescimento, mas não é descartada nova revisão, também para cima. ?Mas a mais expressiva vai ser no número deste ano?, diz.

Já nas previsões de Vieira, o PIB deve subir 0,6% no próximo trimestre, com os serviços continuando em ritmo de crescimento e a indústria tendo retomada.

"O agronegócio vai ter um peso menor por conta do ciclo de cultura, mas vai ser compensado em parte pela indústria", analisa.

Fonte: G1


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