Uma decisão judicial determinou que a Petrobras deverá rebatizar o campo de Lula, no pré-sal, atualmente o maior em produção no Brasil, informou o secretário especial de Desestatização do Ministério da Economia, Salim Mattar.
O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) considerou que o nome do campo gerava "promoção pessoal" para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou Mattar, em publicações no Twitter na noite de quinta-feira (3).
De acordo com Mattar, que classificou como "acertada" a decisão do TRF-4, a determinação judicial é para que o campo retome o nome de Tupi.
O G1 procurou o TRF-4 e a Petrobras, e aguarda retorno dos pedidos de comentário sobre as publicações do secretário.
A Petrobras atribuiu o nome de Lula ao campo, até então denominado Tupi, no final de 2010, perto do encerramento do governo do então presidente Lula.
Na ocasião, a Petrobras explicou que, segundo orientação da Agência Nacional do Petróleo (ANP), os campos de petróleo devem receber, no ato de declaração de comercialidade, "nomes ligados à fauna marinha, quando se tratar de descoberta no mar". O campo de Iracema, por exemplo, ganhou na ocasião o nome de Cernambi, que é um molusco.
O campo de Lula produziu 1,033 milhão de barris por dia de petróleo e 45,7 milhões de metros cúbicos de gás natural em abril, mantendo-se como maior produtor do Brasil, de acordo com números da ANP. O campo responde atualmente por cerca da metade da produção do pré-sal. Em abril, foram produzidos, em média, 2,958 milhões de barris por dia no Brasil e 2,057 milhões de barris por dia no pré-sal.
A título de comparação, a produção em Lula já é maior que a oferta total da Venezuela, que ficou em torno de 796 mil barris por dia em 2019, segundo dados da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), destaca a Reuters.