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   País tem deflação de 0,38% em maio, menor índice em 22 anos

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, caiu 0,38% em maio, após já ter registrado recuo de 0,31% em abril, segundo divulgou nesta quarta-feira (10) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

"É o segundo mês consecutivo de queda nos preços e o menor índice desde agosto de 1998, quando ficou em -0,51%", informou o IBGE.

De acordo com o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov, trata-se da "segunda maior deflação do Plano Real?.

No ano, o IPCA passou a acumular queda de 0,16%. Em 12 meses, acumula alta de 1,88%, a menor taxa desde janeiro de 1999 (1,65%), refletindo a baixa demanda e a fraqueza da economia em meio à pandemia, com os brasileiros consumindo menos quer seja por queda da renda ou por medo de contágio do coronavírus.

Com mais esse recuo, a taxa no acumulado em 12 meses (1,88%) fica ainda mais distante do centro da meta do governo para 2020, que é de 4%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Combustíveis puxam queda mais uma vez

Dos 9 grupos de produtos e serviços pesquisados, 5 tiveram deflação em maio. O maior impacto negativo do índice veio mais uma vez do grupo Transportes (-1,9%), puxado principalmente pela queda no preço dos combustíveis (-4,56%).

?A gasolina é o principal subitem em termos de peso dentro do IPCA e, caindo 4,35%, acabou puxando o resultado dos transportes para baixo, assim como as passagens aéreas, que tiveram uma queda de 27,14% e foram a segunda maior contribuição negativa no IPCA de maio?, afirmou Kislanov.

Outros destaques de queda em maio foram nos preços dos grupos Vestuário (0,58%) e Habitação (0,25%).

Do lado das altas, o maior crescimento no índice do mês veio do grupo Artigos de residência (0,58%), puxado pela alta dos artigos de TV, som e informática (4,57%).

Alimentos seguem em alta

O grupo Alimentação e bebidas (0,24%) voltou a registrar alta, mas desacelerou em relação a abril, quando cresceu 1,79%. A cebola (30,08%), a batata-inglesa (16,39%) e o feijão carioca (8,66%) ficaram mais caros. Já as carnes subiram 0,05%, após quatro meses consecutivos de queda.

Por outro lado, os preços de alguns itens como cenoura (-14,95%) e as frutas (-2,1%), que haviam subido em abril, recuaram em maio. Com isso, contribuíram para que a alimentação no domicílio passasse de 2,24% para 0,33%. A alimentação fora do domicílio também desacelerou para 0,04%, ante 0,76% em abril.

Kislanov destacou que a alimentação voltou a ser o grupo de maior peso no IPCA, superando transportes. Desde janeiro deste ano, o cálculo do indicador sofreu modificações por conta das mudanças nos hábitos de consumo identificas pela Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) divulgada em outubro do ano passado.

?Como os alimentos ficaram mais caros relativamente, eles passaram a representar maior peso no orçamento das famílias. Como as pessoas ficaram mais em casa, o transporte perdeu participação?, observou.

Todas as 16 áreas pesquisadas tiveram deflação em maio

As 16 áreas pesquisadas pelo IBGE tiveram deflação em maio. No mês anterior, 14 das 16 tinham registrado deflação. A última vez que todas as regiões do país registraram queda de preços foi em junho de 2017, quando o indicador nacional ficou em -0,23%.

O menor índice em maio ficou com a região metropolitana de Belo Horizonte (-0,60%), seguido por Campo Grande (-0,57%). Em São Paulo e no Rio de Janeiro, houve deflação de -0,28%.

Perspectivas e meta de inflação

A meta central do governo para a inflação em 2020 é de 4%, e o intervalo de tolerância varia de 2,5% a 5,5%. Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou corta a taxa básica de juros da economia (Selic), que foi reduzida nesta semana para 3% - nova mínima histórica.

A expectativa de inflação do mercado para este ano segue bem abaixo do piso da meta. Os analistas das instituições financeiras reduziram a projeção de inflação para 1,53% em 2020, conforme a última pesquisa Focus do Banco Central. Foi a 13ª redução seguida do indicador em meio à pandemia do novo coronavírus, que tem derrubado a economia brasileira e mundial, e colocado o mundo no caminho de uma recessão.

O mercado segue prevendo corte na taxa básica de juros da economia brasileira neste ano, com a Selic chegando a 2,25% ao ano.

Já para o PIB (Produto Interno Bruto) de 2020, o mercado passou a projetar retração de 6,48%. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), por sua vez, estimou nesta quarta uma contração de pelo menos 7,4% para o PIB do Brasil neste ano, podendo chegar a um tombo de 9,1% em caso de segunda onda da pandemia e necessidade de regresso aos confinamentos.

Fonte: G1


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